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Sob forte vigilância de soldados, defensores do presidente deposto dão as mãos durante protesto em Tegucigalpa, capital hondurenha | Jose Cabezas/AFP
Sob forte vigilância de soldados, defensores do presidente deposto dão as mãos durante protesto em Tegucigalpa, capital hondurenha| Foto: Jose Cabezas/AFP

Chanceler diz que não é preciso reconhecimento

O novo chanceler de Honduras, Enrique Ortez Colindres, afirmou ontem que o governo do presidente interino, Roberto Micheletti, "não precisa de reconhecimento internacional’’ e que é o presidente hondurenho "com ou sem a Organização de Estados Americanos (OEA)" – que condenou o golpe de Estado e exigiu a restituição imediata do presidente eleito, Manuel Zelaya, ao poder.

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O impasse

Convocação de referendo para decidir sobre reeleição, sem aprovação do Congresso e da Suprema Corte, desencadeou crise em Honduras.

1. Referendo

Em março, presidente Manuel Zelaya anuncia consulta à população para realização de referendo sobre nova Constituinte em novembro, junto com eleições gerais.

2. Justiça e Congresso

Iniciativa é rejeitada pela Suprema Corte e pelo Ministério Público, além do Congresso, que aprova lei sob medida proibindo referendos em data próxima de eleições gerais.

3. Crise militar

Zelaya mantém consulta e destitui chefe do Estado Maior das Forças Armadas, Romeo Vásquez, por recusa em prover apoio; mas, sob pressão, o reconduz ao cargo.

4. Golpe

Horas antes da votação, no domingo, Suprema Corte ordena prisão de Zelaya por descumprimento de decisão judicial e militares depõem presidente; Congresso escolhe líder da Casa, Roberto Micheletti, como presidente interino.

Fonte: Folhapress

Tegucigalpa - A um dia do fim do ultimato dado pela Organização dos Estados Americanos (OEA) ao governo interino de Honduras, o secretário-geral da entidade, José Miguel Insulza, desembarca hoje em Tegucigalpa com a difícil missão de viabilizar a volta do presidente deposto, Manuel Zelaya.

"Não vamos a Honduras negociar. Vamos a Honduras solicitar que mudem o que eles estão fazendo’’, disse Insulza, durante visita à Guiana. "Farei tudo o que posso, mas acho que será muito difícil mudar o rumo das coisas em dois dias.’’

Boas-vindas

Micheletti disse que a comissão da OEA será "bem-vinda’’, mas disse que, a princípio, ele não se reunirá com Insulza. "Tenho entendido que falarão com a Promotoria, com a Corte Suprema de Justiça. Sou a última parte. Mas vamos recebê-lo como o que somos, um governo constitucional’’, disse, em entrevista coletiva na Casa Presidencial.

"Estamos já planejando um disquete para enviar a todo o mundo uma cronologia do que aconteceu desde o primeiro dia desses acontecimentos’’, afirmou Micheletti, ao ser questionado sobre como estava se preparando para receber Insulza.

Questionado se estaria de acordo em antecipar eleições presidenciais, Micheletti disse: "Totalmente, se essa for uma maneira de solucionar esse tipo de problema’’.

O governo interino manteve para o dia 29 de novembro a realização de eleições parlamentares, presidenciais e municipais. Caso as datas sejam mantidas, o novo presidente assume em janeiro para um mandato de quatro anos, sem direito a reeleição.

Micheletti, que até domingo era o presidente do Congresso, nomeou mais ministros e vice-ministros para o seu gabinete, em mais uma demonstração de que não pretende deixar a Casa Presidencial.

"Ditadura"

No Panamá, Zelaya exortou o governo "ditatorial’’ a devolver-lhe o poder. "O meu retorno está sendo planejado com base nesses resultados (do ultimato).

Zelaya voltou a defender a convocação de uma Constituinte, iniciativa que desatou a crise política hondurenha. "As leis sempre são feitas pelos poderosos e pelos fortes. O dia em que os pobres fizerem suas leis não haverá pobres.’’

No último domingo, Zelaya planejava realizar uma votação sobre a convocação de uma Constituinte, apesar de a iniciativa ter sido declarada ilegal pela Justiça e pelo Congresso.

A oposição e membros do seu próprio partido, o Liberal, acusam Zelaya de tentar introduzir a reeleição presidencial, sob influência do aliado Hugo Chávez. O presidente deposto nega e diz que entregaria o poder em janeiro, quando termina o seu mandato.

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