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Liberdade de expressão

Secretário de Alckmin critica 'Charlie Hebdo' e diz: 'eu também sou Maomé'

O novo secretário de Justiça de São Paulo, Aloisio de Toledo Cesar, criticou neste domingo (18) os cartunistas franceses do jornal "Charlie Hebdo" e avaliou que eles fizeram "mau uso da liberdade de expressão".

Em edição histórica, publicada na semana passada, o periódico satírico publicou na capa uma caricatura do profeta Maomé chorando e segurando um cartaz em que se lê "Je suis Charlie" (Eu sou Charlie), o que foi considerado provocativo por líderes islâmicos.

A frase virou símbolo de defesa à liberdade de expressão na França depois do ataque terrorista na sede da publicação de humor, que deixou doze mortos, cinco deles cartunistas.

"Não posso deixar de externar a minha mais profunda indignação ao mau uso da liberdade de expressão dos cartunistas franceses, que já provocaram mortes e insistem em dar chicotadas nos muçulmanos, desafiando-os e, quem sabe, até dando risadas disso", escreveu o secretário em seu Facebook.

Para o também desembargador, ao publicar novas charges, os cartunistas franceses negam o direito do homem de poder exercer livre escolha de sua religião. Segundo ele, "humilhar provocativamente os muçulmanos equivale a instigá-los e a desafiá-los."

"Essa torpe atitude soa quase como uma declaração de guerra. Será isso exercício do livre direito de expressão ou uma leviandade que envergonha a espécie homo sapiens?", questionou.

No final do texto, o secretário de Alckmin disse ser solidário ao muçulmanos que condenam a violência.

"Posso dizer, inconformado com o mau uso da liberdade de expressão pelos franceses referidos, que eu também sou Maomé", finalizou.

Na semana passada, o Papa Francisco afirmou que a liberdade de expressão tem seus limites e que ela não pode provocar ou ofender a religião. A declaração foi criticada por defensores do jornal satírico.

A íntegra da mensagem:

"Não posso deixar de externar a minha mais profunda indignação ao mau uso da liberdade de expressão dos cartunistas franceses, que já provocaram mortes e insistem em dar chicotadas nos muçulmanos, desafiando-os e, quem sabe, até dando risadas disso.

Afetados pela vaidade de demonstrar talento, com essa conduta negam o precioso direito de cada homem de poder exercer livre escolha de sua religião e de seu Deus. Humilhar provocativamente os muçulmanos equivale a instigá-los e a desafiá-los, enfim, essa torpe atitude soa quase como uma declaração de guerra.Será isso exercício do livre direito de expressão ou uma leviandade que envergonha a espécie homo sapiens?

Neste momento, como católico, como cristão, externo a minha mais integral solidariedade as milhões de muçulmanos que praticam resignados a sua religião e até mesmo condenam a violência daqueles que optam pela violência. Posso dizer, inconformado com o mau uso da liberdade de expressão pelos franceses referidos, que EU TAMBÉM SOU MAOMÉ."

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