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O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, em entrevista coletiva em Berlim, Alemanha, 20 de janeiro
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, em entrevista coletiva em Berlim, Alemanha, 20 de janeiro| Foto: EFE/EPA/Bernd Von Jutrczenka

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, alertou nesta quinta-feira que haverá uma reação "rápida e severa" do seu país e de aliados caso a Rússia avance as fronteiras com a Ucrânia.

"Sempre fomos muito claros, qualquer transgressão por forças militares russas na fronteira ucraniana para cometer novos atos de agressão contra a Ucrânia terá uma resposta severa dos EUA e dos nossos aliados", afirmou Blinken em Berlim, durante encontro com a ministra de Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock.

Também nesta quinta-feira, Blinken manteve reuniões com seus homólogos da França e Reino Unido. Amanhã, o chefe da diplomacia dos EUA deve se encontrar na Suíça com o ministro de Relações Exteriores russo, Serguei Lavrov.

Ontem, em Kiev, Blinken prometeu mais ajuda militar à Ucrânia e alertou que o presidente russo, Vladimir Putin, tem a capacidade de "dobrar" sua presença militar na fronteira com a Ucrânia em "muito pouco tempo".

O presidente americano Joe Biden disse em uma entrevista coletiva na quarta-feira que acredita que a Rússia invadirá a Ucrânia, alertando Putin que ele pagará "um alto preço".

O Kremlin disse que a declaração de Biden sobre uma possível invasão da Ucrânia e o desastre que isso significaria para a Rússia poderia contribuir para a "desestabilização da situação" naquele país.

"Eles podem criar falsas esperanças" entre alguns representantes do governo ucraniano "que, como se chama debaixo da mesa, podem decidir retomar a guerra civil em seu país e tentar resolver por métodos de força dos problemas do Sudeste" (Donbass), disse o porta-voz do presidente, Dmitry Peskov, durante sua entrevista coletiva diária por telefone.

Ele considerou que as declarações de Biden "não permitem de forma alguma uma redução na tensão que surgiu neste momento na Europa".

"Que, devido a certas ações hipotéticas, a Rússia terá que pagar um alto preço, soam diariamente da boca de especialistas em nível de chefes de Estado", afirmou. Por outro lado, considerou insuficiente que Biden assegure em entrevista coletiva que "não é muito provável" que a Ucrânia entre na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) no curto prazo.

Manobras

A Marinha da Rússia anunciou nesta quinta-feira que realizará manobras de larga escala em todo o território nacional com a participação de mais de 140 navios e quase 10.000 soldados.

Mais de 60 aeronaves e mil equipes militares participarão de exercícios navais em janeiro e fevereiro. O objetivo das manobras é "a defesa dos interesses nacionais russos nos mares" e também "o combate às ameaças militares" ao país.

Uma nota do Ministério da Defesa russo especifica que navios e aeronaves realizarão os exercícios em águas territoriais e internacionais, e manobras separadas também serão realizadas do Mar Mediterrâneo ao Mar do Norte e Okhotsk, no Oceano Pacífico e na parte nordeste do Atlântico.

Coincidindo com este anúncio, unidades do Corpo de Fuzileiros Navais da Rússia chegaram hoje a Belarus para os exercícios denominados "Determinação Aliada 2022".

Esses exercícios, que os Estados Unidos consideraram "preocupantes" por ocorrerem perto da fronteira ucraniana, visam inspecionar as capacidades das forças de reação rápida russas e bielorrussas em quatro aeródromos e cinco locais militares.

Moscou nega que esteja planejando uma invasão da Ucrânia e defende seu direito de realizar manobras em seu território e nas margens da União Estatal Rússia-Belarus, ao mesmo tempo em que rejeita que estas representem uma escalada na fronteira com o país vizinho.

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