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O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Antonio Guterres, discursa na Assembleia Geral da organização em Nova York, 21 de setembro
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Antonio Guterres, discursa na Assembleia Geral da organização em Nova York, 21 de setembro| Foto: EFE/EPA/EDUARDO MUNOZ / POOL

O secretário-geral da ONU, António Guterres, abriu nesta terça-feira a Assembleia Geral da organização, fazendo um alerta, ao afirmar que o planeta "nunca esteve tão ameaçado, nem tão dividido".

"O mundo precisa acordar. Estamos na beira de um abismo e nos movendo na direção equivocada", disse o diplomata português aos líderes internacionais, que estão reunidos em Nova York.

Guterres fez uma sombria análise da conjuntura internacional, marcada pela falta de união na resposta à pandemia da Covid-19, pelos poucos avanços na luta contra a mudança climática, desigualdades sociais e econômicas crescentes, e as crises em países como Afeganistão, Iêmen e Etiópia.

O diplomata português ainda denunciou a "obscenidade" da distribuição desigual das vacinas contra a Covid-19, com os países ricos já tendo a maioria da população imunizada, enquanto mais de 90% da população da África ainda aguarda receber a primeira dose.

O secretário-geral da ONU ainda destacou o crescente impacto do aquecimento global e cobrou que todos os países atuem rapidamente, começando por compromissos ambiciosos na próxima cúpula do clima (COP26), que acontecerá em novembro, em Glasgow, no Reino Unido.

Além disso, indicou que a pandemia e a crise climática jogaram luz sobre grandes problemas globais, como a falta de solidariedade, o egoísmo, a corrupção e a enorme desigualdade que fazem aumentar a desconfiança e a desesperança entre os habitantes do planeta.

"Quando vemos bilionários passeando no espaço, enquanto milhões de pessoas morrem de fome na Terra, quando o país enxerga para seus filhos um futuro que parece pior do que os problemas de hoje, quando os jovens não enxergam futuro", listou o português.

Guterres alertou, além disso, para a situação de várias regiões de conflito, começando pelo Afeganistão, pedindo que o mundo multiplique a ajuda humanitária e a "defender os direitos humanos, especialmente, das mulheres e meninas".

O ex-primeiro-ministro de Portugal também lamentou a "volta dos golpes militares em várias partes do planeta e responsabilizou a falta de unidade da comunidade internacional por permitir que aconteçam.

"As divisões geopolíticas estão minando a cooperação internacional e limitando a capacidade do Conselho de Segurança de tomar as decisões necessárias. Uma sensação de impunidade está tomando conta", afirmou.

Diante de dezenas de chefes de Estado e de governo, Guterres encerrou o discurso com um chamado pela transformação do mundo, a dar um novo impulso ao multilateralismo e a recuperar a confiança de todos.

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