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Imagem da Administração Atmosférica e Oceânica Nacional mostra o furacão Sandy na costa da Flórida no último dia 26 | The New York Times
Imagem da Administração Atmosférica e Oceânica Nacional mostra o furacão Sandy na costa da Flórida no último dia 26| Foto: The New York Times

Tarde demais

Responsáveis pensam em alternativas para evitar lacuna de um ano

Ao longo dos últimos dois anos, os especialistas vêm ficando cada vez mais alarmados, porque os satélites polares estão chegando ou passando suas expectativas de vida útil, e o lançamento do próximo substituto, chamado de JPSS-1, foi adiado para 2017, quando será provavelmente tarde demais para se evitar uma lacuna de cobertura de pelo menos um ano.

Pressionados por legisladores e auditores, os administradores do programa do satélite estão só agora começando a pensar nas alternativas para quando a lacuna ocorrer, mas é provável que ninguém possa evitá-la.

Neste verão, três avaliações independentes desse programa de US$ 13 bilhões questionaram as estimativas de custos para o programa, criticaram os administradores por não terem determinado os projetos e exigiram remediação urgente.

Prever a vida útil de um satélite é como adivinhar quando uma lâmpada irá apagar. É mais provável que a lacuna em cobertura ocorra entre 2016 e 2018, de acordo com as melhores estimativas oficiais.

Os Estados Unidos terão que passar um ano ou mais sem satélites cruciais que fornecem dados valiosos para prever tempestades, como resultado de má administração, falta de financiamento e atrasos no lançamento de substitutos, conforme diversas avaliações oficias recentes.

Essa lacuna que paira sobre nós no que diz respeito à cobertura por satélite, que alguns especialistas preveem que ocorrerá dentro dos próximos anos, poderá resultar em previsões do tempo incertas sobre tempestades como o furacão Sandy, que atingiu a Costa Leste dos EUA nesta semana.

Os satélites em situação de risco perfazem órbitas de polo a polo e cruzam o Equador durante o período da tarde, vasculhando todo o planeta, uma faixa por vez. Junto de satélites em órbita e calendários, eles estão entre as mais eficazes ferramentas para determinar os caminhos das maiores tempestades, com até cerca de cinco dias de antecedência.

Durante toda essa última semana, os meteorologistas vêm dependendo desses satélites para obter quase todos os dados necessários para especificar o que eram, a princípio, modelos computadorizados altamente divergentes sobre quais seriam as próximas ações do furacão Sandy: explodir contra o litoral ou se afastar para o mar aberto?

Em tempo, os modelos com­putadorizados começaram a concordar sobre qual era a resposta mais provável. Na tarde do último dia 26, foi feita a previsão de que o centro da tempestade se aproximaria de Delaware na segunda e na terça-feira, com ventos fortes, chuvas torrenciais e ondas perigosas atingindo centenas de quilômetros.

Nova York e outros estados declararam estado de emergência; a Marinha enviou navios ao mar para evitar estragos. O prefeito Michael R. Bloomberg da cidade de Nova York avisou que, não importando onde ou quando o centro da tempestade chegasse de fato, a cidade não seria capaz de escapar de seus efeitos. E, das Carolinas à New England, oficiais de defesa civil aconselharam com urgência dezenas de milhões de moradores a se prepararem para o pior, incluindo a possibilidade de queda de luz, neve e inundações históricas.

"Nós não podemos nos dar o luxo de perder quaisquer melhorias que nos permitam prever com precisão eventos meteorológicos que estejam a caminho", disse Craig J. Craft, comissário de gestão de situações de emergência para o Condado de Nassau, em Long Island, onde o grande furacão de 1938 matou centenas.

Na quinta-feira, Craft procurou por previsões mais precisas para o Sandy e preparou mais possíveis evacuações de hospitais e asilos, como foram as ordens dadas antes da Tempestade Tropical Irene no ano passado. "Sem previsões precisas, é difícil saber quando agir", ele disse.

Tradução de Adriano Scandolara.

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