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Cristina Kirchner: os EUA queriam saber se ela estava batendo bem da cachola. | Marcos Brindicci/Reuters
Cristina Kirchner: os EUA queriam saber se ela estava batendo bem da cachola.| Foto: Marcos Brindicci/Reuters

Mulheres célebres

Além de Cristina Kirchner, a história política argentina é marcada pela presença de outras mulheres que se tornaram ilustres

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Entrevista

Matias Franchini, cientista Político da Universidade Católica de Buenos Aires (UCA)

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A morte de Néstor Kirchner pôs o cenário político argentino praticamente de cabeça para baixo. Néstor era o principal articulador do governo, braço direito – alguns analistas dizem que muito mais – da esposa e atual presidente, Cristina Fernández Kirch­­ner, além do mais cotado candidato à disputa presidencial de 2011. Ele era a aposta do kirchnerismo (movimento político baseado na figura do casal Kirch­­ner) para garantir mais quatro anos de poder ao casal K. Sua inesperada ausência obriga não apenas o Partido Justicialista a repensar sua estratégia, mas também os demais peronistas, bem como as outras correntes políticas que começavam a se formar com vistas a um embate com ele.

Em relação à Casa Rosada, porém, a decisão está praticamente nas mãos de Cristina: cabe a ela decidir se concorrerá à reeleição ou não. Legalmente, a atual presidente está habilitada à disputa e tem crescido muito nas últimas pesquisas. Após a morte do marido, a popularidade dela subiu de 35% para cerca de 60%."Isso graças ao sentimento de empatia que a morte de Néstor despertou na opinião pública argentina", afirma Ignácio La­­baqui, pesquisador do programa de estudos da América Latina da Universidade Católica de Buenos Aires (UCA).

Desafio

Para Labaqui, o desafio de Cris­­tina é tentar manter essa onda de aprovação e apoio até o último fim de semana de outubro de 2011 – data para qual está prevista a eleição presidencial. Por outro lado, ainda há para ela a questão da perda do esposo, companheiro de luta política durante 35 anos. "Perder um companheiro de tanto tempo deve ter-lhe causado algum impacto emocional. Logo, se ela conseguir superar essa sensação, com certeza estará disposta à disputa", avalia o pesquisador.

Quanto à oposição, resta a Cristina se reorganizar, já que toda sua estratégia de ação previa um embate direto entre Néstor e Eduardo Duhalde nas eleições de 2011. "As personalidades do peronismo opositor construíram seu perfil de ação contra Kirchner, mas ele já não faz mais parte dessa disputa", destaca Luis Tonelli, diretor do curso de Ciência Polí­­tica da Universidade de Buenos Aires (UBA).

Duhalde foi presidente do país (2002-2003) e o principal promotor da candidatura de Néstor. Apesar do histórico, ambos protagonizaram duríssimos bate-bocas nos últimos anos. Se Du­­halde era o favorito para encarar Néstor numa batalha presidencial – e toda a oposição vinha apostando fortemente nisso – no novo cenário, talvez ele não seja mais a melhor opção.

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