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Mais poder

Fonte: Agência Estado.

Nos últimos três meses, o governo argentino passou leis que demonstram a força que ainda tem o Executivo, em guerra com o empresariado:

- Orçamento: O Executivo aumentou seus poderes emergenciais para poder realocar verbas sem autorização do Congresso. Programas sociais que não estavam previstos no Orçamento já foram expandidos.

- Mídia: Cresce o poder estatal sobre o setor, forte opositor do governo. As mudanças foram vistas por muitos como um ataque a críticos, especialmente ao Grupo Clarín.

- Partidos: O governo passou nesta semana projeto que fortalece os partidos políticos e introduz primárias obrigatórias. Os críticos veem isso como uma maneira de fortalecer o peso do casal presidencial sobre o Partido Justicialista.

O Senado da Argentina aprovou, na quarta-feira à noite, uma grande reforma legislativa, com a confirmação de importantes alterações no sistema político. A mudança é crucial ao governo da presidente Cristina Kirchner, que perderá sua maioria nas duas Casas do Congresso a partir de 10 de dezembro, quando assumem os novos parlamentares vencedores das eleições de 28 de junho, perdidas pela situação. Apesar do revés nas eleições de meio de mandato, a presidente seguirá com os mesmos amplos poderes para atuar.

Muitos argentinos – e investidores – não gostam da abordagem dura apoiada por Cristina e seu marido e antecessor, Néstor Kirchner, baseada em forte intervenção do Estado em uma série de setores da economia. Desde as eleições parlamentares, havia expectativa de que as mudanças no Congresso poderiam forçar o casal presidencial a moderar sua força.

Pelo contrário, com a reforma, o próprio Néstor Kirchner assumirá agora uma cadeira na Câmara dos Deputados na próxima legislatura, completando uma troca completa de papéis com sua mulher, iniciada quando ela ganhou a Presidência, em 2007. Em uma carreira política de quase 30 anos, Kirchner sempre esteve em cargos executivos, enquanto Cristina seguia no Le­­gislativo.

Alguns analistas políticos acre­­ditam que a presença de Kirchner no Congresso dará à Frente para a Vitória, setor do governista Partido Justicialista onde o ex-líder atua, uma força extra.

O novo cenário ajudará a de­­terminar os parâmetros nos quais será travada a disputa pela Pre­­sidência em 2011.

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