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O Senado da Argentina vota hoje o projeto de lei da presidente Cristina Kirchner que antecipa as eleições legislativas do dia 25 de outubro para 28 de junho.

Dos 72 senadores, 41 são a favor do projeto, 28 contra e 3 indecisos, segundo contabilizava o governo até ontem à noite, quando conseguiu convencer dois parlamentares da oposição de Tierra del Fuego. A antecipação das eleições é vista pelos analistas políticos como uma manobra do casal presidencial Néstor e Cristina Kirchner, pois lhes permite ir a um plebiscito de gestão antes que os efeitos da crise financeira afetem profundamente o país.

A primeira vantagem para o governo é que a oposição terá menos tempo para se organizar na província de Buenos Aires e armar uma lista que supere 35% dos votos, que é o que o ex-presidente Néstor Kirchner e atual presidente do Partido Justicialista (PJ) pode obter se encabeçar uma lista própria. Dentro de poucos dias após a aprovação do projeto no Senado, o ex-presidente Kirchner deverá anunciar sua candidatura a deputado pela província de Buenos Aires, o maior colégio eleitoral do país.

A segunda vantagem do adiantamento das eleições nacionais para o casal Kirchner é evitar sucessivas derrotas eleitorais locais, como a que teve na província de Catamarca, há cerca de um mês, as quais debilitariam politicamente o governo até outubro. Pela legislação eleitoral nacional, as províncias farão em 2009 eleições para escolher seus deputados e vereadores em qualquer data que lhe for conveniente, mas o pleito para renovar metade da Câmara Federal e um terço do Senado Federal está previsto para o quarto domingo de outubro.

O projeto oficial, que já foi aprovado pelos deputados federais, antecipa essa data das eleições para a Câmara e Senado, mas deixa livres as províncias para manter suas datas originais ou fazer suas eleições no mesmo dia que as nacionais. O país vai eleger 127 deputados e 24 senadores e o resultado desta escolha será fundamental para o projeto político dos Kirchner, no poder desde maio de 2003, e ambições de continuarem na cadeira presidencial nas eleições de 2011. Atualmente, o governo tem maioria na Câmara e no Senado, mas as eleições podem mudar esse cenário.

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