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Juiz Brett Kavanaugh é acusado por três mulheres de assédio sexual e má conduta sexual | SAUL LOEB/AFP
Juiz Brett Kavanaugh é acusado por três mulheres de assédio sexual e má conduta sexual| Foto: SAUL LOEB/AFP

Após semanas de discussão, o Senado americano aprovou neste sábado (6), com 50 votos a favor e 48 contra, a nomeação do indicado do presidente americano Donald Trump à Suprema Corte dos EUA, o juiz Brett Kavanaugh. Com isso, a mais alta corte de justiça do país passará a ter quatro progressistas e cinco conservadores, uma vitória para Trump.

Kavanaugh é o segundo nome de Trump na Suprema Corte – o primeiro foi Neil Gorsuch, conservador moderado. Ele fará o juramento ainda no sábado.

Sua indicação causou um racha entre os americanos depois que Kavanaugh foi acusado de assédio sexual por três mulheres. 

A primeira que veio à público relatar sua história foi a professora Christine Blasey Ford, que alega que o indicado de Trump a bolinou e tentou tirar suas roupas contra a sua vontade em um encontro de jovens na região de Chevy Chase e Bethesda, cidades vizinhas a Washington, em 1982, quando ela tinha 15 anos e ele, 17. Na semana passada, Ford prestou um emocionado depoimento perante à comissão de Justiça do Senado, afirmando ter 100% de certeza de ter sido atacada por Brett Kavanaugh. Também falando aos senadores, o juiz negou as acusações.

O relato de Ford suscitou outras duas acusações contra o juiz. Deborah Ramirez, colega de faculdade de Kavanaugh, diz que teria sido forçada a tocar em seu pênis. Julie Swetnick, moradora de Washington, declarou que ele era fisicamente abusivo com garotas no ensino médio e que estava presente em uma festa, em 1982, onde ela diz ter sido vítima de estupro coletivo.

O FBI realizou uma investigação  de 11 horas sobre as acusações contra Kavanaugh, que foi disponibilizada esta semana aos senadores e foi essencial para que os republicanos, que estavam em dúvida quanto ao apoio à indicação, decidissem seu voto.

Do lado de fora do Capitólio, centenas de pessoas estavam protestando contra a nomeação do juiz, repetindo o que ocorreu durante toda semana em que o Senado estava deliberando sobre o caso.

Centenas de manifestantes ocupam os degraus do Capitólio dos Estados Unidos depois de romper barricadas para protestar contra a confirmação do juiz Brett KavanaughCHIP SOMODEVILLA/AFP

Trump indicou Kavanaugh em julho para suceder o juiz aposentado Anthony M. Kennedy, um movimento que desencadeou uma intensa batalha partidária pelo futuro da corte, bem antes de alegações de má conduta sexual contra Kavanaugh terem atrasado a sua confirmação em uma semana para permitir uma curta investigação do FBI, a qual foi criticada pelo advogado da professora Ford e pelos democratas.

A votação deste sábado ocorreu, em grande parte, nas linhas partidárias: democratas contra a indicação e republicanos, a favor. As exceções foram o senador democrata Joe Manchin III, da Virgínia Ocidental, que apoiou Kavanaugh, e a republicana Lisa Murkowski, do Alasca, que se opôs à nomeação. Por algumas vezes a votação foi interrompida por manifestantes que estavam na galeria de visitantes e gritavam “vergonha, vergonha”.

Segundo o Washington Post, essa foi a menor margem em uma votação de confirmação de um indicado à Suprema Corte desde 1881, quando o Senado confirmou Stanley Matthews, candidato do presidente James A. Garfield.

O presidente Donald Trump comemorou a decisão em suas redes sociais.

“Eu aplaudo e parabenizo o Senado dos EUA por confirmar o nosso GRANDE INDICADO, o juiz Brett Kavanaugh, à Suprema Corte dos Estados Unidos. Mais tarde assinarei a sua Comissão de Nomeação, e ele será oficialmente empossado. Muito emocionante!”, escreveu Trump no Twitter.

A dura batalha pela confirmação de Kavanaugh deve influenciar as eleições legislativas de meio mandato do mês que vem, polarizando eleitores que reclamam do tratamento dado às mulheres que denunciaram Kavanaugh contra os conservadores que o vêem como um homem acusado erroneamente.

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