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O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, negou nesta sexta-feira (14) as acusações de que estaria interferindo na política eleitoral dos EUA, por ter criticado duramente a posição do governo do presidente americano, Barack Obama, com relação ao Irã.

As relações entre Netanyahu e Obama entraram numa nova crise nesta semana, depois que o premiê de Israel declarou que países que não impõem limites ao Irã não têm "direito moral" de impedirem Israel de atacar instalações nucleares iranianas.

Ele não citou nominalmente os EUA, mas seus comentários claramente tiveram como alvo o governo Obama, que defende mais negociações diplomáticas para resolver o impasse com o Irã.

Faltando menos de dois meses para a eleição presidencial dos EUA, críticos disseram que Netanyahu, com suas declarações, estava tentando influenciar o processo em prol do rival de Obama, o republicano Mitt Romney -- algo que o premiê negou em entrevistas publicadas nesta sexta pela imprensa de Israel.

"Isso é absurdo, porque o que está me guiando não é a eleição nos Estados Unidos, e sim as centrífugas (de enriquecimento nuclear) no Irã", disse ele ao jornal Hayom.

"Se os iranianos... tivessem parado de enriquecer material e de preparar uma bomba até que a eleição dos EUA acabe, eu teria podido esperar", acrescentou.

Israel e potências ocidentais acreditam que o Irã esteja desenvolvendo tecnologia para armas nucleares, algo que Teerã nega, insistindo no caráter pacífico das suas atividades.

O governo israelense ameaça cada vez mais abertamente atacar as instalações nucleares iranianas, apesar da pressão em contrário do governo Obama, que não deseja uma nova guerra no Oriente Médio.

As queixas de Netanyahu nos últimos dias provocaram uma reação negativa na imprensa norte-americana e uma inusual carta de uma senadora dos EUA. "Parece que o senhor injetou a política em um dos mais profundos desafios de segurança do nosso tempo, a ilícita busca de armas nucleares pelo Irã", escreveu a democrata Barbara Boxer, acrescentando que ela é uma das mais aguerridas defensoras de Israel.

Em conversas reservadas, fontes próximas a Netanyahu manifestam uma clara preferência por Romney na eleição. Mas alguns membros de alto escalão do gabinete pediram a ele que pare de fazer críticas públicas a Obama, e questionam a insistência do premiê para que as potências ocidentais imponham limites claros ao Irã.

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