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Equipes de resgate continuam procurando vítimas de um ataque suicida a bomba em um hotel de luxo em Peshawar, no Paquistão, que deixou pelo menos 18 mortos na noite de terça-feira (9). Pelo menos 60 pessoas ficaram feridas.

Homens armados forçaram sua passagem por uma barreira de segurança no hotel Pearl Continental, e em seguida um furgão carregado de explosivos invadiu o estacionamento, onde foi detonado. A polícia acredita que havia 500 kg de explosivos dentro do veículo.

Entre os feridos, estão vários estrangeiros. A ONU afirmou que dois de seus funcionários - um sérvio que trabalhava para o Acnur e uma filipina que trabalhava para o Unicef - estão entre as vítimas.

O Paquistão vem sendo alvo de atentados extremistas desde que o governo endureceu a campanha militar contra o Talibã no país. O ataque de terça-feira ocorreu no momento em que o Exército paquistanês intensifica sua ofensiva no distrito de Bannu, na fronteira com a região semi-autônoma do Waziristão do Norte.

Os militares vêm usando helicópteros e artilharia pesada para atacar posições da tribo Janikhel na região, acusada de ajudar o Talibã.

Peshawar, a maior cidade do noroeste do Paquistão, também fica próxima ao Vale do Swat, onde o governo concentra sua ofensiva contra o Talibã.

Danos

A polícia teme que o número de mortos aumente ainda mais, já que ainda há desaparecidos que poderiam estar presos sob os escombros.

Uma porção do hotel ficou totalmente destruída e a explosão deixou uma enorme cratera. Pelo menos 12 funcionários da ONU estavam hospedados no Pearl Continental, considerado o hotel mais luxuoso da cidade.

Testemunhas contaram à BBC que a explosão foi vista a cinco quilômetros de distância. Um dos feridos, Jawad Chaudry, disse que estava em seu quarto, no andar térreo, quando ouviu os tiros, seguidos da explosão.

"O chão tremeu embaixo dos meus pés", disse ele. "Pensei que o teto estava caindo sobre mim. Saí correndo. Vi todo mundo correndo em pânico. Havia sangue e pedaços de vidro por todo o lado."

O hotel costumava fazer várias checagens de segurança, primeiro dos veículos, ao passar pelas barreiras de concreto, depois das pessoas, que passavam por detectores de metal e tinham as bolsas revistadas.

O primeiro-ministro paquistanês, Yusuf Raza Gilani condenou o atentado imediatamente. Até agora ninguém assumiu a autoria do ataque, mas segundo o correspondente da BBC em Islamabad, Chris Morris, a explosão não chegou a causar surpresa no governo.

Os líderes do Talibã prometeram ataques de vingança nas principais cidades paquistanesas, e assumiram a responsabilidade por um atentado que no mês passado deixou 28 mortos em Lahore.

Um atentado suicida semelhante ao de terça-feira, contra o Lahore Marriott hotel em setembro passado, deixou pelo menos 53 mortos e mais de 266 feridos.

Na última sexta-feira, um ataque suicida contra uma mesquita sunita no noroeste do país deixou pelo menos 30 mortos e dezenas de feridos.

Em março, cerca de 50 pessoas foram mortas em um ataque suicida a uma mesquita perto de Jamrud, na passagem de Khyber, na rota para o Afeganistão.

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