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Opositores ao governo de Maduro caminham pelas ruas de Caracas nesta quarta-feira. Segundo o governo, seis morreram | REUTERS/Christian Veron
Opositores ao governo de Maduro caminham pelas ruas de Caracas nesta quarta-feira. Segundo o governo, seis morreram| Foto: REUTERS/Christian Veron

Curitiba

Diálogo é o caminho para solução, afirma embaixadora dos EUA

Joana Neitsch

A embaixadora dos Estados Unidos no Brasil, Liliana Ayalde, considera a situação na Venezuela preocupante e, para ela, o diálogo é o único caminho para uma solução. "Ninguém quer violência e nós, dos EUA, nos unimos a outras vozes internacionais, chamando as partes a procurar uma situação pacífica, onde todas as liberdades são respeitadas." A diplomata esteve ontem em Curitiba para um evento na Câmara Americana de Comércio (Amcham). Os americanos são considerados "inimigos" pelo governo venezuelano e acusados de financiar a oposição. Ao falar da crise venezuelana, a embaixadora preferiu não mencionar preferência por nenhum dos lados. "O que estamos vendo nos jornais é uma situação delicada, não vou opinar a favor de um lado ou de outro. Não é uma situação normal. Então esperamos que ambas as partes procurem espaço para poder dialogar", disse.

O ministro do Interior da Venezuela, Miguel Rodríguez, confirmou nesta quarta-feira (19) uma nova morte nas manifestações que sacodem o país, o que aumenta para seis o número de vítimas fatais nos protestos que se repetem há uma semana contra o governo.

A morte aconteceu no estado de Bolívar, no sul do país, durante uma concentração de trabalhadores ligados ao chavismo, detalhou o ministro.

"Havia uma concentração de trabalhadores, de seguidores da revolução, e foram agredidos a tiros, não sabemos ainda exatamente por quem, e há um falecido e quatro feridos de bala do setor revolucionário", disse Rodríguez em uma entrevista à "Unión Radio".

O ministro declarou, além disso, que estão sendo realizadas investigações sobre as três mortes ocorridas na quarta-feira passada em Caracas por disparos de armas de fogo após uma manifestação estudantil e reconheceu que "há muitas armas na rua".

"Acreditamos que é preciso começar com muita força a operação de desarmamento para evitar estes desmandos", comentou.

"Nós repudiamos qualquer morte, rejeitamos a violência venha de onde venha. Os venezuelanos temos que resolver nossas diferenças em ordem", acrescentou.

O ministro se referiu também à morte ocorrida hoje da estudante e miss Génesis Carmona, que foi atingida por um tiro na cabeça durante um protesto na cidade de Valencia.

"Isso está em investigação, tenho informação que já há um detido pelos fatos de ontem, pelo uso de armas de fogo nessa concentração", sustentou.

A estas mortes se soma a de um adolescente, atropelado por um automóvel na segunda-feira na cidade de Carúpano, no estado de Sucre, quando supostamente participava de uma concentração popular.

O governo reagiu aos protestos denunciando uma tentativa de golpe de Estado e prometeu que a Justiça atuará para determinar os responsáveis dos incidentes de violência, pelos quais acusa a oposição e culpa também os Estados Unidos

Miss morre em protesto

Génesis Carmona, Miss Turismo de Carabobo de 2013, estudante que protestava na cidade de Valencia, na Venezuela, morreu na tarde desta quarta-feira (19) após ser baleada na cabeça na noite de terça-feira (18) durante uma manifestação contra o governo da Venezuela. A informação foi divulgada pela página oficial dela no Facebook. Levada para o hospital por manifestantes, a estudante, de 23 anos, foi internada em estado crítico na UTI da clínica Guerra Méndez, onde os médicos disseram que a bala não poderia ser removida do crânio por ser de alto calibre.

De acordo com testemunhas, o incidente aconteceu quando um grupo de motoqueiros armados começou a atirar. Sem ambulâncias na região, um homem levou a miss em sua moto para a clínica. A imagem correu as redes sociais. No Twitter, circulam outras fotos impactantes da jovem entubada no hospital, além da radiografia do seu crânio. No total, nove jovens ficaram feridos no protesto de que Génesis Carmona participava.

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