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Burris (centro) foi indicado pelo governador Blagojevich, que tentou vender vaga | Chip Somodevilla/AFP
Burris (centro) foi indicado pelo governador Blagojevich, que tentou vender vaga| Foto: Chip Somodevilla/AFP

Washington - Roland Burris, indicado para suceder Barack Obama como senador pelo estado norte-americano de Illinois, foi impedido de participar da agitada sessão de ontem, a primeira de 2009. O Senado alegou que a entrada de Burris era irregular porque ele foi indicado ao cargo pelo governador de Illinois, Rod Blagojevich, que está sendo investigado porque teria tentado trocar essa indicação por cargos ou dinheiro.

Burris, que tem 71 anos, chegou ao Capitólio, sede do Congresso americano, cercado pela imprensa e saiu meia hora depois, sem o registro de senador. Ele relatou que apresentou a carta de nomeação ao secretário do Senado, porém foi notificado de que o documento "não estava em ordem".

"Não serei aceito, não poderei participar das sessões", disse, garantindo não buscar "o confronto". O fato não surpreendeu. Democratas já tinham pedido que Burris renunciasse à indicação e permitisse a nomeação de outro. "Nenhuma pessoa designada pelo governador Blagojevich pode representar Illinois, ou ser considerada pela bancada democrata", advertiu o chefe da maioria democrata no Senado, Harry Reid.

O próprio Obama falou que Burris "é uma pessoa de bem e competente servidor estadual", mas que não seria possível que os democratas aceitassem uma nomeação do governador.

Burris é ex-procurador por Illinois. Caso seja empossado, Burris será o único negro na Casa – antes, o "título" pertencia a Obama que, em 20 de janeiro próximo, será o primeiro negro a assumir a Presidência dos Estados Unidos.

O governador nega as acusações do FBI (polícia federal americana), feitas com base em grampos telefônicos. Nos diálogos, Blagojevich aparece comentando negociações com os supostos emissários de candidatos à vaga no Senado. Nas conversas, Blagojevich diz ter pedido, em troca da indicação, cargos nos setores público ou privado para ele ou para a mulher e arrecadações para uma futura campanha.

Um dos advogados de Burris, Tim Wright, disse que a rejeição foi "imprópria" e "contrária às leis". "Nós consideraremos nossas opções." Questionado sobre as opções, o advogado disse que poderia levar o caso à Justiça.

Não existe lei que impeça a nomeação de Burris. Há apenas uma decisão da Suprema Corte, de 1969, relativa à Câmara dos Representantes, que estipula que os parlamentares não têm o poder de expulsar um membro eleito, desde que esteja qualificado para o posto.

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