Genebra Os brasileiros poderão ter seu DNA testado para imigrar para a Suíça. Membros do partido de extrema-direita do país conhecido como União Democrática Cristã (UDC) acabam de propor no Parlamento Suíço a aprovação de uma lei exigindo o teste caso filhos ou parentes de uma imigrante já legalizado queiram também morar no país dos Alpes. A lei exigirá os testes de imigrantes de apenas 35 países, entre eles o Brasil.
A autoria do projeto é de Alfred Heer, um membro do Conselho Nacional de Zurique, e que sugere que um "reagrupamento de uma família de um país em desenvolvimento possa apenas ocorrer se uma prova genética obrigatória for fornecida".
O que os suíços querem evitar é que um estrangeiro que consiga um visto traga conhecidos ao país alegando que são seus parentes e apresentando documentos falsos. "Os abusos existem", afirmou um assessor do UDC. O teste de DNA, portanto, seria a prova da relação entre o estrangeiro que já vive na Suíça e o que estaria pedindo o visto.
Uma lista de países problemáticos foi estabelecida, incluindo Turquia, Bangladesh, Paquistão, Afeganistão, Iraque, Uganda, Zâmbia, Sudão e Nigéria, além da ainda província sérvia de Kosovo. Na América Latina seriam apenas três : Brasil, Colômbia e República Dominicana. Segundo estimativas extra-oficiais de entidades de estrangeiros, existiriam 40 mil brasileiros na Suíça.
As reações contra a proposta estão sendo fortes. Para o Partido Socialista, a idéia é "inaceitável". Para a Organização Suíça de Ajuda aos Refugiados, não é culpa do imigrante que seu país tenha um sistema de registros falho.
"Um teste como esse não pode ser obrigatório", afirmou a entidade em um comunicado.
A proposta é apresentada uma semana depois que o partido de ultradireita venceu as eleições gerais e se consolidou com o maior força política da Suíça. A vitória foi obtida com base em uma campanha considerada como xenófoba e centrada em temas de segurança e criminalidade de estrangeiros.
Se a proposta for aprovada, a Suíça será o primeiro país a adotar o teste de DNA obrigatório para o reagrupamento de uma família. De acordo com a proposta, ficaria à cargo do imigrante pagar pelo teste, que pode custar até US$ 800,00.
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