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Polonês radicado no Brasil, Tadeu Kawalec faz questão de acompanhar a cerimônia na Itália | Marcelo Elias/Gazeta do Povo
Polonês radicado no Brasil, Tadeu Kawalec faz questão de acompanhar a cerimônia na Itália| Foto: Marcelo Elias/Gazeta do Povo

Tadeu Kawalec – mais conhecido como "Tadeu do Pierogi" – é um dos peregrinos brasileiros mais entusiastas com destino à Roma. Brasileiro entre aspas, afinal Kawalec nasceu na Polônia e só chegou ao Brasil em 26 de novembro de 1981, quando veio com a esposa para passear e conhecer o país.

Em 13 de dezembro daquele mesmo ano, foi baixada a Lei Marcial na Polônia, decretada pelo general Wojciech Jaruzelski, e todos os membros do Sindicato Solidariedade – no qual Tadeu trabalhava como jornalista – foram perseguidos e presos. Sem poder voltar a sua terra natal, Tadeu se viu obrigado a ficar no Brasil e acabou se estabelecendo em Curitiba.

Sua relação com João Paulo II, porém, começou muito antes de Wojtyla ser nomeado Papa. Quando ainda morava em seu país de origem, Tadeu cursou Jornalismo e Teologia para leigos na Universidade da Polônia, em Lublin. Naquela época, Karol Wojtyla ainda era o arcebispo de Cracóvia e foi nessa condição que o futuro Papa se tornou professor de Tadeu.

Dessa relação, surgiu a possibilidade, em 2003, de Kawalec ter uma audiência privada com o Papa, no Vaticano. Extasiado pela possibilidade do encontro, Tadeu foi a Roma, mas ao chegar lá, foi surpreendido pela notícia de que João Paulo II estava muito fraco – devido à doença que o debilitava. Como consequência, todas as audiências privadas foram canceladas naquele dia e foi realizada uma audiência coletiva, reunindo os vários fiéis que lá se encontravam.

Apesar de não ter realizado o desejo de conversar individualmente com seu ex-mestre, Tadeu foi recompensado com a oportunidade de sentar bem perto do Papa. Em meio aos demais peregrinos, Kawalec acabou conhecendo um grupo de fiéis poloneses, ao qual se misturou.

Ao fim da audiência, o Papa e sua comitiva se aproximaram dos peregrinos. Ao verem Tadeu com uma bandeira da Polônia e outra do Brasil a tiracolo, perguntaram-lhe: "Se o senhor é polonês, por que trouxe também uma bandeira do Brasil?". Ao que Tadeu, sem titubear, respondeu: "É que eu acho que o Papa já deve estar cansado de ver a bandeira da Polônia", conta ele, em meio às próprias gargalhadas.

Entre os planos de ir à Roma, conseguir um lugar em meio à multidão na Praça de São Pedro e poder assistir à cerimônia de beatificação, há uma vontade que representa um pouco da personalidade desse polonês-brasileiro: "O meu desejo é – estando lá, em alguma parte daquela enorme Praça de São Pedro – levar uma vara de pesca, daquelas telescópicas, e estender uma enorme bandeira do Brasil, bem no alto", revela.

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