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Os talibãs afegãos anunciaram nesta terça-feira um novo ultimato, que vence ao meio-dia (04h30 de Brasília) desta quarta-feira, para executar os 21 reféns sul-coreanos mantidos sob seu poder há 13 dias.

O novo ultimato foi dado depois da execução, na segunda-feira, de um segundo refém do grupo de jovens sul-coreanos, que inicialmente era composto por 23 pessoas.

"Nosso ultimato para os 21 sul-coreanos ainda vivos vence amanhã (quarta-feira) ao meio-dia", declarou por telefone à AFP Yusuf Ahmadi, porta-voz dos rebeldes.

"Se nossas exigências não forem aceitas antes desse momento, começaremos a matar os demais sul-coreanos", acrescentou Ahmadi, que acusou os governos afegão e sul-coreano de não serem honestos em suas negociações para obter a libertação dos reféns, seqüestrados no dia 19 de julho.

Os rebeldes talibãs exigem a libertação por parte do governo de Cabul de pelo menos oito de seus militantes atualmente mantidos em prisões afegãs.

O corpo de um dos reféns sul-coreanos, que teve a execução anunciada na segunda-feira pelos talibãs, foi encontrado nesta terça. A polícia afegã descobriu o corpo com marcas de tiros em uma região da província de Ghazni, a cerca de 140 quilômetros ao sul de Cabul.

Esse refém foi o segundo a ser executado pelos extremistas. O primeiro foi o líder do grupo, o pastor de 42 anos Bae Hyung-Kyu, que teve o corpo encontrado na quarta-feira passada na mesma região onde estava a segunda vítima.

O governo de Seul expressou "indignação" pela "morte desapiedada" e pediu aos seqüestradores que "libertem os cidadãos sul-coreanos".

O porta-voz talibã, Yusuf Ahmadi, também declarou por telefone à AFP nesta terça-feira que duas mulheres do grupo de 21 reféns estariam "muito doentes" e poderiam "até morrer".

"Não temos medicamentos em quantidade suficiente e poderão morrer", explicou Ahmadi, exigindo que o governo afegão acelere as negociações para a libertação dos reféns.

O governo de Cabul rejeita a troca e exige a libertação incondicional das 16 mulheres do grupo em nome dos valores islâmicos e das tradições afegãs.

Os sul-coreanos, membros da Igreja presbiteriana de Saem-Mul, realizavam missão humanitária no Afeganistão e foram seqüestrados no dia 19 de julho na província de Ghazni, a 140 km ao sul de Cabul.

Já a rede de televisão em língua árabe Al-Jazeera mostrou hoje supostas imagens do engenheiro alemão em mãos dos extremistas no Afeganistão, suplicando pela própria vida.

O homem, cercado por vários homens armados, pede que a Alemanha e os Estados Unidos tirem suas tropas do Afeganistão para salvar sua vida.

O ministério das Relações Exteriores alemão considerou o vídeo uma "tentativa de intimidação".

"O vídeo transmitido hoje com as declarações de um alemão seqüestrado no Afeganistão é documento com objetivo intimidatório preciso", afirmou o porta-voz do ministério, Martin J¤ger.

Especialistas estariam analisando o vídeo, explicou o porta-voz.

No domingo, um porta-voz talibã declarou que o engenheiro alemão seqüestrado no Afeganistão junto com quatro colegas afegãos não estava bem de saúde.

"O refém alemão não está muito bem. Está doente. Ele foi esquecido e não há nenhuma negociação sobre seu caso", disse à AFP por telefone Yusuf Ahmadi, que pediu a libertação de talibãs presos em troca do engenheiro.

O porta-voz do ministério do Interior, Zemarai Bashary, revelou na véspera que as autoridades afegãs estavam fazendo todo o possível pela libertação do alemão.

Os talibãs assumiram o seqüestro, em 18 de julho, de dois engenheiros alemães e quatro colegas afegãos na província de Wardak, sul de Cabul.

Um dos alemães, de 44 anos, foi encontrado morto em 22 de julho crivado de balas.

Os talibãs afirmam tê-lo executado, mas Cabul e Berlim acham que ele pode ter sido vítima de um ataque cardíaco. Os resultados da necropsia ainda não foram divulgados.

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