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Brasil tem mecanismos fracos para evitar lavagem de dinheiro, segundo a Transparência Internacional | Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Brasil tem mecanismos fracos para evitar lavagem de dinheiro, segundo a Transparência Internacional| Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O Brasil ganhou lugar de destaque em um ranking da Transparência Internacional. Infelizmente, um lugar negativo. O país é um dos piores do G20 (grupo que reúne as 19 maiores economias do mundo, além da União Europeia) em ações contra a corrupção, tendo a sua avaliação classificada como “fraca” pela ONG.

O levantamento foi divulgado nesta quinta-feira (12), a poucas semanas de um novo encontro do grupo e pouco mais de um ano após à última reunião -- na ocasião, os países assumiram compromisso de pôr fim a sigilos e combater estratégias que facilitam aos corruptos esconder ou transferir dinheiro ilegal de forma anônima.

O tempo passou e pouco foi feito. A avaliação geral ficou aquém da esperada para 15 países. Apenas Reino Unido mostrou comprometimento que superou expectativas.

O Brasil está no grupo com pior avaliação (ao lado de Austrália, Canadá, China, Coreia do Sul e EUA). O organismo internacional destaca que o país não avançou nada na criação de mecanismos de identificação e combate à lavagem de dinheiro. Também houve 0% de avanço na definição de uma lei para rastrear “proprietário beneficiário” (uma identificação de quem realmente controla uma empresa, eliminando a figura dos ‘laranjas’).

Estes são dois dos dez pontos que a entidade levou em conta para elaborar o estudo. O Brasil teve avaliação satisfatória apenas no quesito “ações ao portador” -- no país, o portador das ações deve ser seu dono, não existindo uma terceira pessoa no processo (algo importante para evitar fraudes).

“O Brasil só está comprometido com um dos princípios. O país ainda precisa de uma definição adequada de beneficiário efetivo (...). Ações devem ser adotadas para garantir que o homem de frente [nas empresas] não sejam utilizados para contornar a lei, permitindo que os corruptos se escondam”, diz o documento.

A Transparência Internacional cita o Brasil logo na abertura do documento: os desvios de dinheiro na Petrobras são rankeados como exemplo de corrupção decorrente de mecanismos fracos de controle.

De acordo com a Transparência Internacional, anualmente, US$ 2 trilhões em dinheiro sujo são lavados através de complexas redes de corrupção no mundo todo. 

Avaliações

O Reino Unido foi o destaque do estudo, classificado com “mecanismos muito fortes” de combate à corrupção. Argentina, França e Itália têm “mecanismos fortes”, segundo a ONG. Ficaram na média Alemanha, Índia, Indonésia, Japão, México, Rússia, Arábia Saudita, África do Sul e Turquia. Como “mecanismos fracos” estão Austrália, Brasil, Canadá, Coreia do Sul e Estados Unidos. Nenhum país recebeu a classificação “muito fraco”.

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