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Agressores armados com facas atacaram um posto militar no extremo oeste da China nesta terça-feira, matando três agentes do governo e elevando a 31 o número de mortos em uma escalada de violência que coincide com os Jogos Olímpicos de Pequim, informaram autoridades locais.

A agência estatal de notícias Nova China informou que um número desconhecido de agressores saltou de um veículo por volta das 9h locais e atacou o posto militar estabelecido em Yamanya, na província de Xinjiang, de maioria muçulmana. Quatro guardas foram esfaqueados, três dos quais morreram.

Um oficial da polícia de Yamanya confirmou a morte de três pessoas no ataque de hoje, apesar de ele ter comentado que a ação ocorreu horas antes do que informou a Nova China. Foi o terceiro ataque em nove dias em Xinjiang, uma província rica em petróleo e gás na fronteira oeste chinesa com o Afeganistão, habitada majoritariamente por turcos uigures, de religião islâmica. Ninguém assumiu responsabilidade pelo atentado a facas feito nesta terça-feira.

Especialistas políticos e moradores dizem que muitos uigures estão dirigindo sua raiva e ressentimento contra imigrantes de outras regiões de China, que eles vêem como símbolos da opressão do governo de Pequim.

O policial, que identificou-se somente como Tu'ersenjiang, também disse por telefone que os mortos eram funcionários do governo que anotavam a identidade das pessoas que passavam pelo posto. Segundo ele, não se tratava de membros da polícia nem do Exército. "O caso está sendo investigado", prosseguiu a fonte.

Um funcionário da secretaria de segurança pública do condado de Shule, onde fica Yamanya, disse que a pessoa ferida no ataque encontra-se em condições críticas de saúde, mas não corre mais perigo de morte.

"Estamos esperando ele melhorar para que possamos conversar e descobrir mais detalhes do que aconteceu."

Trata-se do terceiro ataque contra agentes do governo em Xinjiang este mês. Ao todo, 31 pessoas morreram nessas ações, atribuídas a extremistas islâmicos uigures. A província faz fronteira com o Paquistão e Afeganistão e é palco de ações de um grupo separatista islâmico.

Dilxat Raxit, um porta-voz da Organização Não Governamental (ONG) Congresso Mundial Uigur, sediada na Alemanha e que luta pela autonomia dos turcos uigures, disse que recebeu hoje um e-mail de Xinjiang, no qual é informado por fontes locais que o governo chinês prendeu pelo menos 90 uigures nos últimos dias, dos quais alguns foram torturados.

O chefe do condado de Kuqa, Yusufujiang Maimaiti, disse que "não existe nem um pingo de verdade" nas acusações de Raxit. Ele não informou se foram feitas detenções nos últimos dias. As informações são da Associated Press.

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