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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e a primeira-dama Melania Trump na Casa Branca, em Washington, antes de viajar para Orlando, Flórida, onde anunciará oficialmente a sua campanha à reeleição, 18 de junho
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e a primeira-dama Melania Trump na Casa Branca, em Washington, antes de viajar para Orlando, Flórida, onde anunciará oficialmente a sua campanha à reeleição, 18 de junho| Foto: Jim WATSON / AFP

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deu início à sua campanha para reeleição, na noite desta terça-feira (18) em um comício em Orlando, no estado da Flórida.

Trump e o vice-presidente Mike Pence oficializaram sua candidatura para 2020 com um comício que lotou uma arena de 20 mil lugares. Os simpatizantes começaram a se enfileirar em frente à arena um dia antes, disseram as agências de notícias locais na segunda-feira. "A mídia Fake News não fala sobre isso, mas o entusiasmo republicano está no seu ponto máximo", Trump tuitou na terça-feira de manhã. "Veja o que está acontecendo em Orlando, na Flórida, agora! As pessoas nunca viram nada parecido (a menos que você toque guitarra). Vai ser uma loucura – Vejo vocês logo!"

O presidente falou ao público que a sua eleição em 2016 foi o resultado de um grande movimento político que tem estado sob ataque desde então, apesar do que ele descreveu como o grande sucesso de sua presidência.

"Nós realizamos mais do que qualquer outro presidente nos primeiros dois anos e meio de uma presidência e sob circunstâncias que nenhum presidente teve que lidar antes", disse ele, usando a hipérbole que marcou muito de sua carreira.

O presidente ridicularizou uma lista de inimigos que inclui democratas, a imprensa e os investigadores federais que examinaram os laços entre a Rússia e sua campanha de 2016.

"Eles estão realmente indo atrás de vocês", disse Trump. "Eles tentaram apagar o seu voto, apagar o legado da maior campanha e provavelmente da maior eleição na história do país".

Quais são as chances de Donald Trump permanecer na Casa Branca por mais quatro anos? As primeiras sondagens da opinião do público mostram um cenário desfavorável para o republicano, mas Trump conta com uma economia forte, uma nação em relativa paz, a vantagem de ser o ocupante atual do cargo e uma campanha bem financiada.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, após comício em Orlando, Flórida, para lançar a sua candidatura à presidência em 2020
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, após comício em Orlando, Flórida, para lançar a sua candidatura à presidência em 2020| MANDEL NGAN / AFP

Pesquisa desanimadora para Trump

Uma pesquisa de opinião feita pela rede de televisão americana Fox News e divulgada no domingo (16) indica que Trump está atrás dos cinco principais candidatos do Partido Democrata. A maior vantagem é do ex-vice-presidente de Obama, Joe Biden, que lidera com dez pontos de diferença em relação a Trump.

Trump comentou os resultados da pesquisa no Twitter. “As pesquisas são sempre ruins para mim”, disse o presidente na segunda-feira. “Elas eram [ruins para mim] contra a Hillary Desonesta. Algo de estranho está acontecendo na Fox. Nossas pesquisas nos mostram liderando em todos os 17 swing states”. "Swing states" são os estados que ora votam em democratas, ora em republicanos.

Vantagens e desvantagens

Deixando de lado a queda nos seus índices de aprovação, o relatório Mueller e outras controvérsias que têm cercado a Casa Branca de Trump; o ponto é que os presidentes em exercício raramente perdem uma reeleição, especialmente com uma economia em tempos de paz tão forte quanto a que os EUA atualmente desfrutam. E Trump deixou claro que quer que os eleitores pensem apenas em cifrões quando forem às urnas.

O crescimento econômico sustentado e o baixo desemprego não conseguiram impactar o baixo índice de aprovação de Trump, que é de apenas 40% na pesquisa mais recente do Gallup. Mas seus partidários mais fervorosos - incluindo áreas rurais onde os agricultores foram duramente atingidos por sua guerra comercial com a China - estão mais entusiasmados do que nunca.

"Neste momento, Trump está muito melhor posicionado do que os democratas acreditam", disse Allan Lichtman, historiador político da Universidade Americana em Washington, que previu oito das últimas nove eleições, incluindo a vitória de Trump em 2016. "Os democratas, assim como em 2016, estão cometendo o imenso erro de acreditar que a maneira de vencer em 2020 é jogar seguro."

Ainda assim, nenhum presidente desde 1952 foi reeleito nos Estados Unidos com um índice de aprovação abaixo de 48%, o último índice de George W. Bush antes de sua reeleição em 2004. Trump nunca passou de 46% nas pesquisas desde que assumiu o cargo.

"Se você for para uma eleição com mais de 50% de desaprovação, é muito difícil ganhar a reeleição. Não são muitas dessas pessoas que votarão em você", disse Alan Abramowitz, professor de ciência política da Universidade Emory, que desenvolveu um dos modelos de previsão de eleição mais precisos. "Trump está empacado, e empacado bem abaixo de 50%."

Uma economia forte geralmente beneficia os presidentes em exercício, mas nem sempre é decisiva e as percepções do público sobre a trajetória da nação são mais importantes.

A importância da Flórida

A Flórida é um estado em que Trump tem obrigação de ganhar no ano que vem, com seus 29 votos eleitorais sendo especialmente importantes se ele perder a Pensilvânia ou outro dos estados mais populosos que o ajudaram a vencer em 2016. Trump venceu na Flórida, onde ele tem uma casa de férias e três resorts de golfe, por pouco mais de um ponto percentual em 2016.

Uma pesquisa da Universidade Atlântica da Flórida (FAU) no mês passado mostrou Trump estatisticamente empatado com o ex-vice-presidente Joe Biden, o candidato democrata na liderança, em uma disputa teórica. A mesma pesquisa com eleitores da Flórida mostrou que 47% deles aprovam o desempenho de Trump, enquanto 44% desaprovaram. Isso é uma virada de uma pesquisa da FAU de fevereiro, na qual 46% dos eleitores da Flórida desaprovaram o presidente e 41% aprovaram.

Os republicanos dizem que as derrotas dos democratas na Flórida nas eleições de 2018 para o governo e o Senado apontam para uma consolidação do apoio ao Partido Republicano no estado.

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