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Residentes de Kulusuk, na Groenlândia, 16 de agosto de 2019. A Groenlândia não está à venda, disse o governo da ilha rica em minérios nesta sexta-feira, após um jornal relatar que Donald Trump estava perguntando a assessores se era possível para os EUA comprarem a ilha
Residentes de Kulusuk, na Groenlândia, 16 de agosto de 2019. A Groenlândia não está à venda, disse o governo da ilha rica em minérios nesta sexta-feira, após um jornal relatar que Donald Trump estava perguntando a assessores se era possível para os EUA comprarem a ilha| Foto: Jonathan NACKSTRAND / AFP

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enfrentou uma forte reação negativa da Europa ao seu interesse em adquirir a Groenlândia da Dinamarca. Alguns legisladores compararam a ideia ao colonialismo nesta sexta-feira (16) e autoridades da ilha disseram que aceitam investimentos, mas não um novo proprietário.

"Obviamente, a Groenlândia não está à venda", disse o governo da Groenlândia em um comunicado, reafirmando o que já havia dito a ministra de Relações Exteriores Ane Lone Bagger. O governo disse que viu os relatos como "uma expressão de maior interesse em investir em nosso país e nas possibilidades que ele oferece".

Na Dinamarca, que considera o país autônomo como parte de seu território, a reação ao aparente interesse de Trump pela ilha, estrategicamente localizada, foi bem menos diplomática e alguns políticos qualificaram a ideia como uma piada.

Políticos dinamarqueses de diversas posições políticas reagiram com perplexidade, ridicularização e raiva sobre o que consideraram ser uma sugestão profundamente inadequada. "Toda a ideia de que outro país poderia comprar a Groenlândia - como se fosse uma colônia - é muito estranha para nós", disse Michael Aastrup Jensen, um membro do parlamento dinamarquês com o influente partido Venstre, de centro-direita. Outro membro de seu partido, o ex-primeiro-ministro dinamarquês Lars Løkke Rasmussen, escreveu: "Deve ser uma piada do Dia da Mentira".

"O povo da Groenlândia tem seus próprios direitos", disse Martin Lidegaard, presidente do comitê de política externa do parlamento dinamarquês e ex-ministro das Relações Exteriores, ao Washington Post. "Espero que seja uma piada - comprar não apenas um país, mas também seu povo".

Os menos de 60 mil habitantes da Groenlândia - que estão espalhados por mais de 2 milhões de quilômetros quadrados - praticamente se governam sozinhos, embora sejam parte do reino da Dinamarca. O derretimento do gelo pode revelar recursos petrolíferos. A Groenlândia tem sido alvo do interesse de governos dos EUA por causa de sua localização entre os oceanos Ártico e Atlântico, onde China e Rússia têm atuado cada vez mais militarmente.

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