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O presidente Donald Trump fala sobre a paralisação parcial do governo federal, na Casa Branca, Washington, 25 de janeiro |  ALEX EDELMAN / AFP
O presidente Donald Trump fala sobre a paralisação parcial do governo federal, na Casa Branca, Washington, 25 de janeiro| Foto:  ALEX EDELMAN / AFP

O presidente americano Donald Trump anunciou nesta sexta-feira (25) na Casa Branca que ele chegou a um acordo com a oposição democrata para reabrir temporariamente o governo federal, enquanto as negociações continuam em sua demanda por dinheiro para a segurança na fronteira, uma medida que deve encerrar a mais longa paralisação da história dos EUA.

Segundo a proposta de consenso, o governo federal receberá verbas para funcionar por três semanas. 

Não está incluído no acordo, porém, os US$ 5,7 bilhões que Trump exige para construir um muro na fronteira com o México. 

Em vez disso, uma comissão de senadores e deputados que vai reunir democratas e republicanos vai usar essas três semanas para negociar o aumento da segurança na fronteira, incluindo a construção da barreira na divisa, uma promessa de campanha do presidente. 

Maior ‘shutdown’ da história

Caso o acordo seja confirmado nas votações na Câmara e no Senado, vai colocar fim na maior paralisação da história americana, que entrou no 35º dia nesta sexta. Ela deixou 800 mil funcionários públicos sem receber, levando ao fechamento de parques nacionais e a atrasos em voos, entre outros problemas.

O resultado foi uma vitória dos democratas e da presidente da Câmara, a democrata Nancy Pelosi, que haviam insistido em não negociar até que o governo fosse reaberto. 

Trump disse que um comitê do Congresso passaria as próximas três semanas trabalhando de maneira bipartidária para criar um pacote de segurança para a fronteira. Ele deixou claro que espera que o financiamento do muro seja uma parte importante desse pacote. 

"Nenhum plano de segurança na fronteira pode funcionar sem uma barreira física. Isso simplesmente não vai acontecer", disse Trump. 

Trump disse que estava pedindo ao líder da maioria no Senado, o republicano Mitch McConnell, que colocasse a legislação em prática imediatamente para implementar o acordo. 

Se aprovado pelo Congresso, o acordo permitiria que os funcionários federais voltassem ao trabalho. Mas isso cria outra batalha para as próximas semanas sobre os mesmos problemas que estão no centro do impasse. 

Trump disse que se um "acordo justo" não emergir até 15 de fevereiro, poderia haver outro fechamento do governo ou ele poderia declarar uma emergência nacional, uma tática que poderia permitir que ele ordenasse as forças armadas para construir o muro sem o consentimento do Congresso. Tal ação provavelmente enfrentaria um desafio legal imediato. 

Em seus comentários, Trump chamou os trabalhadores federais de "patriotas incríveis". Enquanto a paralisação se estendia ao seu 35º dia na sexta-feira, cerca de 800 mil funcionários do governo perdiam um segundo salário. 

O anúncio de Trump veio enquanto grandes atrasos nos aeroportos em todo o país produziam um senso de urgência. 

O ímpeto para chegar a uma solução aumentou claramente entre os legisladores de ambos os partidos nos últimos dias, à medida que os efeitos crescentes da paralisação se tornaram mais aparentes. 

Isso incluiu relatos na sexta-feira de atrasos significativos nos principais aeroportos do nordeste do país, devido a ausências de controladores de tráfego aéreo, que estão sem salário, e que poderiam se multiplicar por todo o país em outros aeroportos. Autoridades federais restringiram temporariamente os voos para o Aeroporto LaGuardia, em Nova York, enquanto os viajantes ficaram no solo por longos períodos em outras cidades. 

Antes do anúncio de Trump, o senador democrata Tim Kaine disse nesta sexta-feira que os atrasos em aeroportos "aumentam a pressão tremendamente" para reabrir o governo, dizendo que os resultados podem ser "muito prejudiciais para a economia americana". 

As conversas entre o líder da maioria no Senado, o republicano Mitch McConnell, e o líder da minoria no Senado, o democrata Chuck Schumer, começaram na quinta-feira após o fracasso da Câmara em aprovar um de dois projetos de lei concorrentes para acabar com o impasse. 

Pelosi disse mais cedo na sexta-feira que os democratas da Câmara estavam adiando os planos para revelar uma proposta de segurança da fronteira que deveriam alcançar ou ultrapassar os US$ 5,7 bilhões que Trump exigiu por um muro na fronteira sul – mas que se concentra em outras iniciativas e não direciona fundos para o muro que Trump está buscando. 

Pelosi disse: "Queremos ver o que está acontecendo no Senado". 

Mais tarde, ela escreveu no Twitter que o "#TrumpShutdown [a paralisação de Trump] já levou centenas de milhares de americanos ao esgotamento. Agora está empurrando nosso espaço aéreo para o esgotamento também". 

"[Donald trump], pare de pôr em risco a segurança e o bem-estar da nossa nação. Reabra o governo agora!", Pelosi acrescentou. 

Uma pesquisa do Washington Post e da ABC divulgada pouco antes do pronunciamento de Trump sugere que a paralisação prolongada estava prejudicando sua popularidade. 

A pesquisa constatou que a desaprovação pública do presidente cresceu cinco pontos, para 58%, em três meses, enquanto a maioria dos norte-americanos continuava a considerá-lo e aos republicanos do Congresso os principais responsáveis pelo fechamento. 

Alguns legisladores expressaram frustração com a noção de uma solução de curto prazo antes mesmo de Trump falar.

Com informações do Washington Post e da Folhapress

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