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Um estudo realizado pela consultoria especializada em petróleo Gaffney Cline & Associates mostrou que o Turcomenistão tem a quinta maior reserva de gás natural do mundo. A consultoria afirmou que a reserva Yolotan-Osman, no sudeste do país, contém entre 4 trilhões e 14 trilhões de metros cúbicos de gás. A ponta mais alta desse intervalo representa três vezes o consumo anual de gás natural da União Européia.

O Turcomenistão, localizado na Ásia Central, à beira do Mar Cáspio, está há algum tempo no radar das grandes companhias petrolíferas do mundo. Mas durante anos seu ex-ditador Saparmurat Niyazov, um homem excêntrico e recluso, manteve o país isolado, afastando investidores. Após a morte de Niyazov, em 2006, gigantes como British Petroleum (BP), Chevron, e Total SA se instalaram na capital, Ashgabad, na esperança de obter acordos de exploração.

Sempre houve muita incerteza sobre o real tamanho das reservas, o que provocou temores de que o Turcomenistão tinha se comprometido com a venda de uma quantidade de gás que não possuía. O país tem grandes acordos assinados com China, Rússia, Irã e Europa.

Niyazov não tentou dissipar esses temores e nunca permitiu que uma auditoria completa de suas reservas fosse feita por uma empresa ocidental de renome. Essa omissão foi rapidamente retificada por seu sucessor - e ex-dentista - Kurbanguly Berdymukhamedov.

Uma de suas primeiras medidas ao assumir o poder foi contratar a Gaffney Cline para realizar a auditoria.

Os resultados iniciais do trabalho indicaram que as primeiras avaliações subestimaram severamente as reservas de gás do Turcomenistão. A "bíblia" da indústria petrolífera, a BP Statistical Review of World Energy, tinha estimado as reservas em 2,67 trilhões de metros cúbicos. Analistas esperam que esse número seja revisado diante das informações agora divulgadas.

A descoberta de campos de gás maiores do que o esperado sugerem que o país deverá seguir com seus planos de aumentar as exportações de gás. Atualmente, a maior parte do combustível é vendida para a Rússia, cerca de 50 bilhões de metros cúbicos por ano, e um pouco para o Irã. A China já está construindo um gasoduto entre os dois países, que terá a capacidade para transportar 30 bilhões de metros cúbicos por ano. O Turcomenistão também fechou acordo para vender outros 10 bilhões de metros cúbicos por ano para a Europa.

Muitos observadores se perguntam se o Turcomenistão realmente tinha recursos para executar esses planos de expansão. Mas os dados da Gaffney Cline mostraram que o país tem "gás suficiente para abastecer Rússia e China", disse Ian Thom, um analista da região do Cáspio, da Wood Mackenzie. "De qualquer forma, a infra-estrutura de exportação é insuficiente e o país vai precisar de capacidade adicional e novos gasodutos". As informações são da Dow Jones.

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