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Os turcos aprovaram neste domingo, sem surpresas e com baixa participação nas urnas, a eleição de seu presidente por sufrágio universal, uma das reformas defendidas por este referendo que se viu afetado pelo ataque curdo ao exército do país.

Dos votantes, 69,4% respaldaram a proposta do partido no poder, informou a Comissão Eleitoral, com base em 97,5% dos votos apurados. Os contrários à proposta foram 30,5%.

Tal como estava previsto, a taxa de participação foi baixa: 64,8% diante dos 85% registrados nas legislativas há três meses.

Mais de 40 milhões de eleitores foram convocados às urnas em 134.000 colégios eleitorais.

A reforma submetida ao referendo propunha eleições por sufrágio universal do presidente do país para um mandato de cinco anos renováveis uma só vez. Atualmente, o chefe de Estado é eleito pelo Parlamento para um mandato único de sete anos.

O texto também propunha a realização de eleições legislativas a cada quatro anos, em vez dos cinco atuais.

O Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP, no poder), que promove as reformas, fez campanha pelo 'sim', enquanto que a oposição pediu que os eleitores se reunissem em torno do 'não' ou que se abstivessem.

Na semana passada, o AKP aprovou no Parlamento uma emenda ao projeto para evitar um eventual recurso jurídico contra a validez do mandato de sete anos do atual presidente Abdulá Gul.

Segundo vários juristas, as novas disposições do projeto obrigavam que o presidente, eleito em agosto pelos deputados, se submetesse à votação popular em um prazo de 40 dias.

Um determinado artigo do texto determinava que o décimo primeiro presidente turco deveria ser eleito pelo povo e Gul já é o décimo primeiro.

Os turcos estão pouco acostumados aos referendos, o último deles foi realizado em 1988. Há dias, as televisões denunciam a falta de informação dos eleitores.

O partido do primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, trabalha já numa nova Constituição que substituirá a atual, herdada dos militares com o golpe de Estado em 1980.

Quando os turcos começaram a votar, chegaram as primeiras informações do ataque dos rebeldes, o mais sangrento desde que o separatista Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) começou sua luta armada há 23 anos no sudeste do país.

No incidente, 12 soldados turcos morreram, oito continuavam desaparecidos e outros 16 ficaram feridos neste ataque realizado nas primeiras horas de domingo pelos separatistas do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) contra um batalhão na província de Hakkari, nas proximidades da fronteira iraquiana. Do outro lado, 32 rebeldes perderam a vida.

Esta é a primeira operação rebelde importante desde que o Parlamento turco decidiu autorizar, na última quarta-feira, as incursões militares no norte do Iraque para atacar as bases rebeldes, caso se fizesse necessário.

Bagdá e Washington se opõem a uma operação "unilateral" da Turquia no norte do Iraque. Os governantes iraquianos anunciaram que resistirão diante de uma incursão militar turca em seu território.

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