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detenção

Turistas teriam sido deportados da China por ver vídeo de Genghis Khan

Grupo de viajantes foi liberado sem acusações após uma semana em um centro de detenção

Vinte turistas foram detidos na China por uma semana e depois deportados, aparentemente porque assistiram a um documentário.

Segundo as autoridades chinesas, tratava-se de um vídeo que instigava ao terrorismo e ao extremismo religioso. Segundo a família de um dos turistas, tratava-se da história do personagem histórico Genghis Khan (1162-1227).

A imprensa oficial publicou neste domingo (19) que o grupo de turistas foi liberado sem acusações após uma semana em um centro de detenção e devolvidos a seus países de origem.

Genghis Khan, que viveu entre 1162 e 1227, liderou a invasão do império mongol a diversos territórios asiáticos, criando no século 13 o maior império contíguo da história da humanidade. Seu neto, Kublai Khan, anexou a maior parte da China ao império mongol.

Os turistas vinham do Reino Unido, Índia e África do Sul, e participavam de uma viagem de 47 dias organizada por uma operadora chinesa. As detenções aconteceram no aeroporto de Ordos, cidade da Mongólia Interior, no dia 10 de julho, antes de o grupo embarcar em um avião a caminho de seu seguinte destino da viagem, Xian.

A Mongólia Interior é uma região autônoma chinesa onde Khan é cultuado como herói histórico – seu mausoléu é preservado em Ordos. Em grande parte da China, porém, a linha oficial do governo é de que o personagem é um vilão histórico, responsável por morte e destruição.

“Mal-entendido”

De acordo com a polícia, os estrangeiros viram um documentário em seus quartos de hotel e depois que algum deles foram embora, o resto “começou a ver vídeos de instigação ao terrorismo”. As autoridades asseguram que a polícia encontrou vídeos similares em um celular de um dos turistas, o sul-africano Hoosain Ismail Jacobs.

A família de Jacobs afirma que as detenções aconteceram “por um infeliz mal-entendido”. Segundo o comunicado da família, o grupo visualizou um documentário de Genghis Khan “para ampliar seu entendimento da região na qual estavam – Mongólia Interior –, e isso pôde ser entendido de maneira errônea como material de propaganda”.

O grupo, formado por nove britânicos, dez sul-africanos e um indiano começou sua viagem em Hong Kong e tinha previsto acabá-lo em Xangai. De acordo com a nota, trata-se de “uma mistura de homens e mulheres de múltiplas fés, de religiões islâmica, cristã e hindu, que conheciam bem uns aos outros e já haviam viajado juntos pelo mundo no passado”.

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