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Jamal Khashoggi era crítico do regime saudita e colaborador do Washington Post. Foi visto vivo pela última vez em 2 de outubro | OZAN KOSE/AFP
Jamal Khashoggi era crítico do regime saudita e colaborador do Washington Post. Foi visto vivo pela última vez em 2 de outubro| Foto: OZAN KOSE/AFP

Autoridades turcas disseram neste sábado (20) que não vão permitir que a morte de Jamal Khashoggi seja acobertada, depois de a Arábia Saudita ter confirmado na sexta (19) que o jornalista morreu no consulado do país em Istambul.

"A Turquia nunca vai permitir um acobertamento", disse Numan Kurtulmus, vice-diretor do Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP), do presidente Recep Tayyip Erdogan. "Não é possível que a Arábia Saudita rasteje para longe desse crime se ele for confirmado", disse.

Vídeo: Entenda o caso Khashoggi

Leyla Sahin Usta, da área de direitos humanos do partido, disse que o reino saudita deveria ter dado uma explicação para a morte do jornalista "antes da situação chegar a esse ponto".

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A Anistia Internacional criticou a Arábia Saudita neste sábado, dizendo que a explicação sobre a morte de Khashoggi era uma tentativa de disfarçar "um assassinato chocante".

"As conclusões da investigação por autoridades sauditas, afirmando que Khashoggi morreu em uma 'briga' dentro do consulado, não são críveis e marcam um novo ponto baixo no histórico de direitos humanos da Arábia Saudita", disse o grupo.

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Na sexta (19), o presidente americano, Donald Trump, havia dito que a prisão de suspeitos da morte pela Arábia Saudita —o reino disse que prendeu 18 pessoas— era "um bom primeiro passo" e que acredita na explicação dos sauditas para a morte de Khashoggi.

Jamal Khashoggi, crítico do regime saudita e colaborador do Washington Post, foi ao consulado de Istambul em 2 de outubro para retirar documentos e nunca mais foi visto. Sua noiva, que o acompanhava, afirma que ele nunca saiu de lá.

Comunidade Internacional

A chanceler alemã, Angela Merkel, quer esclarecimentos sobre a morte do jornalista saudita. Durante reunião do partido União Democrata Cristã no Estado da Turíngia neste sábado, Merkel falou brevemente dos "terríveis eventos" relacionados à morte de Khashoggi, afirmando que "nada ainda foi esclarecido", e demandou detalhes sobre o caso. 

A Alemanha se junta a outros países no pedido de uma investigação confiável em torno da morte do jornalista. Os laços econômicos entre Berlim e Riad envolvem vendas substanciais de armamento.

Com informações da Associated Press.

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