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A TV estatal síria noticiou hoje (25) que o líder da Frente Al-Nusra, milícia rebelde sunita ligada à rede extremista Al-Qaeda, foi morto. Sem dar mais detalhes, o breve relato oficial declarou que Abu Mohamed al-Golani foi morto na Província de Latakia, na costa mediterrânea.

Movimentos opositores não confirmaram imediatamente a morte do comandante rebelde. De acordo com analistas, a morte do comandante, caso se confirme, poderá representar um duro golpe contra a insurgência que desde 2011 tenta depor o governo do presidente Bashar Assad.

A Al-Nusra tem-se mostrado uma das mais eficientes milícias antigoverno na guerra civil síria, em meio à fragmentada oposição à ditadura. De orientação fundamentalista islâmica, é considerada "terrorista" pelo Departamento de Estado dos EUA.

Os insurgentes sírios têm conquistado posições nas regiões montanhosas de Latakia, região que concentra população alauita - ramo do islamismo xiita seguido por Assad - e, consequentemente, na qual o governante tem amplo apoio.

O regime sírio afirmou nesta sexta-feira que suas tropas mataram em uma emboscada 40 supostos insurgentes nas imediações de Damasco, em uma região conhecida como Ghouta Oriental, onde um ataque com armas químicas matou centenas de civis em 21 de agosto.

A emissora estatal Al-Ikhbariya exibiu imagens de dezenas de corpos, que segundo as informações oficiais eram dos rebeldes mortos, próximos ao Lago Otaiba quase seco. Alguns dos cadáveres tinham coletes com cartuchos de munição nos bolsos. Fuzis e granadas apareciam ao lado dos corpos. "Ghouta Oriental é um cemitério de terroristas", dizia uma frase abaixo da tela.

Um comandante das forças de Assad que não se identificou afirmou à emissora que combatentes estrangeiros estão entre os mortos. Segundo o militar, a emboscada foi feita a partir de informações de inteligência. "Foi uma operação altamente precisa. Estamos nos movendo de uma vitória a outra."

O Observatório Sírio pelos Direitos Humanos, que representa parte dos rebeldes sírios no exterior, afirmou que pelo menos 24 combatentes rebeldes foram mortos na emboscada.

As ofensivas das forças regulares coincidem com um esforço internacional para uma conferência de paz entre o governo e rebeldes sírios em Genebra. Enquanto isso, ambos os lados buscam ampliar e consolidar suas posições antes das negociações, que deverão ocorrer no próximo mês. A data do encontro, porém, não foi estabelecida e não está claro se as partes concordarão em negociar.

O rebelde Conselho Militar Supremo, que agrega brigadas insurgentes que atuam sob a alcunha de Exército Sírio Livre, alegou hoje que se recusaria a conversar com membros do governo responsáveis por assassinatos de sírios.

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