O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, publicou um vídeo satírico em sua conta no Twitter nesta quinta-feira (19), zombando a emissora CNN, veículo bastante criticado por Trump por "transmitir notícias falsas", segundo ele. Como o vídeo continha imagens manipuladas deliberadamente, o Twitter colocou um alerta na postagem indicando "mídia manipulada". "Vídeo da reportagem da CNN sobre crianças compartilhado por Trump é adulterado, confirmam jornalistas", diz o alerta do Twitter.
O vídeo foi criado pelo apoiador de Trump Carpe Donktum. Ele usou uma imagem já muito compartilhada na internet de dois pequenos amigos, um negro e um branco, que correm um ao encontro do outro, se abraçam e depois continuam correndo pela rua. Porém, ao editar o vídeo, o satirista primeiro coloca a imagem final do vídeo, quando o garotinho branco está correndo atrás do amigo, acompanhado de uma legenda, que imita a logo e o gerador de caracteres da CNN, que diz: "Criança aterrorizada foge de bebê racista". Depois a legenda muda para: "Bebê racista provavelmente apoiador de Trump".
Depois o vídeo mostra "o que realmente aconteceu": a imagem dos dois amigos se abraçando. No fim, uma mensagem: "A América não é o problema... a notícia falsa é. Se você ver algo, diga algo. Apenas você pode evitar incêndios com lixeira de notícias falsas". O objetivo da sátira era dizer que a emissora CNN está incitando a tensão racial no país.
Logo em seguida, a emissora declarou que a postagem era falsa. A CNN fez uma reportagem, em 2019, sobre o vídeo dos dois amigos, Maxwell e Finnegan, que na época tinham 26 e 27 meses de idade, depois que as imagens viralizaram na internet. Porém, nunca usou as legendas apresentadas no vídeo compartilhado pelo presidente. "Continuaremos trabalhando com fatos, em vez de tuitar vídeos falsos que exploram crianças inocentes. Convidamos você a fazer o mesmo. Seja melhor", disse a CNN, em mensagem a Trump.
O Twitter também foi rápido em identificar a postagem como "mídia manipulada", seguindo as normas da rede social. "Você não pode promover, enganosamente, mídias manipuladas que possam causar danos. Além disso, podemos rotular tuítes contendo mídia manipulada para ajudar as pessoas a entender sua autenticidade e fornecer contexto adicional", informa o Twitter.
Meses atrás, a rede social marcou como "mídia manipulada" uma publicação do ex-candidato democrata à presidência dos EUA Mike Bloomberg, que compartilhou um vídeo satírico do debate democrata em que participou, onde parecia silenciar seus críticos por um longo período de tempo com grilos sendo ouvidos no auditório.
A briga entre Twitter e o presidente Donald Trump se acirrou no mês passado. O republicano acusou a rede social de "sufocar a liberdade de expressão", depois que a rede marcou uma de suas postagens com alerta de informação enganosa.
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