A primeira-ministra da Ucrânia Yulia Tymoshenko, candidata derrotada nas eleições na Ucrânia, desistiu neste sábado (20) da ação com que contestava a vitória de Viktor Yanukovich a presidente, dizendo não confiar que o tribunal apresente um veredicto justo.
Tymoshenko, repetindo não reconhecer a legitimidade da eleição de Yanukovich, disse estar retirando seu processo porque o tribunal se recusou a analisar a prova de fraude que ela havia fornecido.
"Nestas circunstâncias, nós simplesmente não vemos razão para levar o caso adiante. Estamos retirando nossa ação," disse ela ao Tribunal Administrativo Superior da Ucrânia.
A carismática política de 49 anos lançou seu desafio contra o pleito alegando fraude generalizada do partido opositor.
Yanukovich, de 59 anos, que deve ser empossado no dia 25 de fevereiro, negou qualquer manipulação. Ele derrotou Tymoshenko por uma margem estreita de 3,5 pontos percentuais no dia 7 de fevereiro.
A premiê vinha pressionando por uma nova eleição presidencial como a que ocorreu em 2004 na chamada "Revolução Laranja", que elegeu o atual presidente Viktor Yushchenko. Na ocasião Yanukovich teve sua posse negada pelos protestos contra fraude eleitoral.
Poucos comentadores esperavam que Tymoshenko ganhasse a ação, mas o anúncio dramático deste sábado surpreendeu a maioria das pessoas.
"Ocorreu uma eleição fraudulenta e a vontade do povo foi fraudada. Acredito que mais cedo ou mais tarde uma promotoria honesta e um tribunal honesto concluirão que Yanukovich não foi eleito presidente da Ucrânia e que a vontade do povo foi violada", disse a candidata derrotada.
O partido de Tymoshenko apresentou ao tribunal nove volumes de provas que diz sustentar as alegações de fraude em cerca de mil postos de votação no país de 46 milhões de habitantes.
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