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Ucrânia diz que corpos das vítimas estão com roupas de civis e muitos foram encontrados com as mãos amarradas, tendo sido, aparentemente, executadas com tiros na cabeça
Ucrânia diz que corpos das vítimas estão com roupas de civis e muitos foram encontrados com as mãos amarradas, tendo sido, aparentemente, executadas com tiros na cabeça| Foto: Imagem compartilhada pelo Consulado da Ucrânia

A Procuradoria Geral da Ucrânia informou, neste domingo (3), que “410 corpos de civis assassinados” foram retirados dos subúrbios do norte de Kiev, após a saída das tropas russas da região. "Os promotores e outros especialistas examinaram até o momento 140 deles", disse a procuradora-geral, Iryna Venediktova, em postagem no Facebook.

Segundo ela, investigadores estão atuando junto com a população local, em busca de testemunhas, vítimas e provas físicas, como fotos ou vídeos."As pessoas estão assustadas, cansadas e atormentadas. Vivenciaram o horror", postou a representante do órgão.

O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, afirmou que os trabalhos de busca e coleta dos corpos em Bucha e nos demais subúrbios do norte de Kiev, que estavam sob o controle da Rússia, seguem neste domingo. O chanceler pediu ao Tribunal Penal Internacional (TPI) o envio de uma missão de investigação, para documentar os casos de violência e identificar os autores.

Em entrevista ao vivo à emissora americana de televisão CBS, neste domingo, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, classificou como "genocídio" as ações das Forças Armadas da Rússia contra o povo que vive em seu país. "É a eliminação de uma nação inteira e de sua gente. Somos cidadãos da Ucrânia e temos mais de 100 nacionalidades vivendo aqui. Isso é a destruição e o extermínio de todas essas nacionalidades", disse.

Conforme mostram imagens difundidas na imprensa internacional e nas redes sociais, o governo ucraniano relata, ainda, que os corpos das vítimas estão com roupas de civis e muitos foram encontrados com as mãos amarradas, tendo sido, aparentemente, executadas com tiros na cabeça. O prefeito de Bucha, Anatoly Fedoruk, afirmou no sábado (2) 280 mortos haviam sido enterrados em valas comuns, diante da impossibilidade de utilizar o cemitério municipal.

Em nota à imprensa, o Consulado da Ucrânia no Brasil lamentou as “atrocidades” deixadas pelos russos na retirada de suas tropas da região Kiev, no sábado, que “deixam sem palavras”. “Corpos de civis encontrados mortos nas ruas ao lado de suas casas. Eles foram mortos com um tiro na nuca. Algumas pessoas estavam com as mãos amarradas atrás das costas. Fora de Kiev, os russos tentaram queimar de 4 a 5 mulheres nuas mortas na beira da estrada”, denunciou o órgão diplomático.

O governo da Rússia, por sua vez, negou as acusações, alegando que a Ucrânia usa as imagens como "provocações". Moscou sustenta que na última quinta-feira (31), o prefeito de Bucha confirmou, em uma mensagem de vídeo, que já não havia soldados russos na cidade, "mas, não mencionou em nenhum momento que havia residentes locais baleados nas ruas com as mãos amarradas".

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