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Manifestante crítico ao governo ucraniano descansa em estátua na Praça da Independência | Alexander Demianchuk/Reuters
Manifestante crítico ao governo ucraniano descansa em estátua na Praça da Independência| Foto: Alexander Demianchuk/Reuters
  • Pessoas preparam uma refeição para aqueles que ocupam a praça no centro da capital Kiev

A pressão de duas semanas de protestos nas ruas parece ter surtido ontem os primeiros efeitos na Ucrânia. Após uma série de encontros com enviados europeus à capital, Kiev, o vice-primeiro-ministro Serhiy Arbuzov garantiu que seu país vai assinar "em breve" um acordo de associação à União Europeia (UE). Ele revelou, inclusive, ter proposto ao bloco um "mapa do caminho" para agilizar a assinatura do entendimento. "A Ucrânia vai assinar em breve esse acordo, levando em conta seus interesses nacionais estratégicos", disse Arbuzov.

Foi a recusa repentina do presidente ucraniano, Viktor Yanukovich, em estreitar as relações com a Europa para manter a aliança com a Rússia que levou milhares às ruas em protesto. Há duas semanas, manifestantes ocupam a Praça da Independência no centro de Kiev pedindo mais proximidade com a UE e a renúncia de Yanukovich. As promessas de acordo foram recebidas com ceticismo na praça.

"Os protestos vão continuar", alertou o ex-pugilista Vitali Klitschko, um dos líderes da oposição.

A onda de indignação com o que consideram a volta da ingerência russa sobre a Ucrânia atrai cada vez mais simpatizantes dispostos a acampar na praça mesmo sob um frio que dez graus negativos.

A prova de fogo tanto para Yanukovich quanto para opositores ocorrerá no domingo, quando a Praça da Independência será o palco de duas manifestações antagônicas: de grupos críticos e favoráveis ao governo. Partidários de Yanukovich convocaram uma megamarcha de 200 mil pessoas para apoiar o presidente e a política pró-Rússia.

Putin nega pressão sobre Yanukovich

Efe

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse ontem que Moscou não está forçando o ingresso da Ucrânia na União Aduaneira (UA), considerada a alternativa ao Acordo de Associação que a União Europeia (UE) deseja assinar com Kiev.

"Nós não impomos nada a ninguém, mas se nossos parceiros desejam trabalhar conjuntamente, estaremos dispostos a continuar o trabalho", afirmou Putin ao apresentar o relatório sobre o estado da nação no Parlamento russo.

O presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovich, afirmou que agora a Rússia está disposta a diminuir a tarifa de gás. Há comentários de que o Kremlin pode também conceder um empréstimo a Kiev.

Putin esclareceu que em maio a Ucrânia já tinha expressado seu interesse de participar de alguns acordos incluídos na UA, além de se transformar em observador de um organismo de livre-comércio que conta com a adesão de Cazaquistão e Bielorrússia.

"Nosso projeto internacional está baseado na igualdade e nos interesses econômicos. Continuaremos impulsionando o processo eurasiático sem entrar em confronto com outros projetos integradores, como o europeu", garantiu.

A Ucrânia decidiu restabelecer as trocas com a Rússia, que tinha ameaçado introduzir medidas protecionistas caso Kiev se associasse à UE em 29 de novembro em uma cúpula realizada em Vilnius (Lituânia).

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