A União Europeia (UE) vai banir o uso de bisfenol A (BPA) na produção de mamadeiras a partir de 2011. A substância é suspeita de causar problemas como câncer, diabete e infertilidade. No Brasil, um projeto de lei que proíbe a venda de mamadeiras e chupetas com BPA tramita em fase avançada no Congresso e entidades médicas se mobilizam para alertar a população e os profissionais de saúde sobre os potenciais riscos do composto químico.
Presente no policarbonato, um tipo de plástico rígido e transparente, e também na resina que reveste latas de alimentos, o BPA simula no organismo a ação do hormônio estrogênio, podendo causar desequilíbrio no sistema endócrino. Estudos em animais mostram inúmeros efeitos danosos, mas os resultados em humanos ainda são inconclusivos.
Não se sabe ao certo até que ponto a substância consegue migrar do plástico para o alimento e se, nas quantidades permitidas pela legislação, ela é prejudicial à saúde. Especialistas concordam, porém, que a gestação e os primeiros dois anos de vida são os períodos de maior vulnerabilidade, pois os bebês estão em rápido desenvolvimento, têm pouca massa e maior dificuldade para metabolizar agentes tóxicos.
No início do mês, a Organização Mundial da Saúde (OMS) promoveu um encontro com especialistas para avaliar as evidências científicas sobre o tema e concluiu que os alimentos são, de fato, a principal fonte de exposição ao BPA. Produtos como brinquedos, resina dentária e papel de nota fiscal teriam importância menor. Os especialistas afirmaram, porém, que os níveis de BPA encontrados em humanos são baixos, indicando que o químico é rapidamente metabolizado e eliminado pela urina. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.