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O presidente francês, Emmanuel Macron, e a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, conversam durante reunião da União Europeia| Foto: JOHN THYS / POOL / AFP

Após uma maratona de negociações de cinco dias, os 27 países da União Europeia chegaram nesta terça-feira (21) a um acordo sobre um massivo pacote de estímulo econômico pós-pandemia, o maior empréstimo conjunto já acordado pelo bloco.

Serão 750 bilhões de euros (mais de R$ 4,5 trilhões) reservados para um fundo de recuperação que serão disponibilizados como subsídios (390 bilhões de euros) aos países mais atingidos pela crise causada pelo coronavírus – Itália e Espanha, principalmente – e como empréstimos com juros baixos (360 bilhões de euros) aos países da UE.

O objetivo do pacote de estímulo é criar instrumentos para apoiar os esforços dos países-membros na recuperação após a pandemia, oferecer medidas para aumentar o investimento privado e apoiar empresas prejudicadas com a crise e reforçar alguns programas da UE, como os de saúde, de ajuda humanitária e de pesquisa científica, para ajudar o bloco a se proteger de crises futuras.

"É um pacote ambicioso e abrangente que combina o orçamento clássico com um esforço extraordinário de recuperação destinado a combater os efeitos de uma crise sem precedentes no melhor interesse da UE", disseram os líderes do bloco em declaração conjunta.

Com os valores acordados, os aspectos técnicos devem ser discutidos entre representantes dos países. Para entrar em vigor ainda será necessária a aprovação do Parlamento Europeu.

O bloco também concordou com um orçamento mais robusto de 1,1 trilhão de euros (R$ 6,7 trilhões) para os próximos sete anos (2021-2027).

Situação econômica

De acordo com o Fundo Monetário Internacional, na área da União Europeia, houve uma queda de 3,2% do PIB no primeiro trimestre de 2020. O desemprego voltou ao mesmo patamar que estava há um ano atras, com um taxa de 6,7% da população trabalhadora ativa. A produção industrial sofreu uma queda de 18% em abril, mas já mostrou recuperação em maio (+11%). A expectativa atual é de que a economia da UE encolha 8,3% em 2020, pior do que a previsão de queda de 7,4% de dois meses atrás. Em 2021, ela deve crescer 5,8%.

A situação da Espanha parece ser a mais complicada entre os membros do bloco. O país viu a economia retrair mais de 5% nos primeiros três meses do ano, em relação ao mesmo período de 2019, e ainda precisa lidar com a maior taxa de desemprego do bloco, que variou pouco durante a pandemia, mas está em 14% da força trabalhadora, segundo o Eurostat. A Itália também viu uma redução do PIB de cerca de 5% no primeiro trimestre deste ano.

Desentendimentos

O plano inicial da Comissão Europeia era aprovar 500 bilhões de euros em subsídios e 250 bilhões de euros em empréstimos. Mas um grupo de quatro países conhecidos como "frugais" – Holanda, Dinamarca, Suécia e Áustria – contestou o montante de subsídios, puxando-o para baixo. Eles alegaram que o pacote inicial poderia sobrecarregar seus países com dívidas para financiar os gastos de outros governos. Os "frugais" também conseguiram garantias de que o uso do aporte pelos países beneficiados será acompanhado de perto e ainda negociaram uma diminuição de suas contribuições para o orçamento dos próximos sete anos da UE.

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