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A União Africana (UA) suspendeu a Guiné do bloco continental e ameaçou novas sanções se os jovens soldados que tomaram o poder na semana passada não restabelecerem "as leis constitucionais". Isso parece improvável no futuro imediato, no entanto, já que muitos no país pareceram receber bem o golpe que se seguiu à morte do ditador Lansana Conté, no dia 22. Os líderes do golpe prometeram eleições em dois anos e planejam pedir a delegações internacionais que visitem amanhã a capital do país, Conakry, para ouvirem seus argumentos. No entanto, a UA afirmou que está dando seis meses para que a ordem constitucional seja restaurada.

A organização fez o anúncio após uma reunião de seu Conselho para Paz e Segurança na capital da Etiópia, onde fica sua sede. "Não vamos aceitar que o golpe de Estado se mantenha na Guiné", afirmou Patrick Sinyinza, chairman da UA. O comissário para paz e segurança do bloco, Ramtane Lamamra, afirmou que a constituição da Guiné determina que o chefe do Parlamento se torne presidente e que eleições sejam realizadas dois meses após a morte de um presidente.

A UA parece não ter a mesma opinião dos vizinhos mais próximos da Guiné. Os 15 membros da Comunidade Econômica dos Estados Africanos do Oeste afirmaram que os líderes golpistas deveriam receber uma chance para provar sua boa fé. O presidente do Senegal, Abdoulaye Wade, conversou por telefone com o líder do golpe, o capitão Moussa Camara, na semana passada e afirmou que o militar pretende realizar eleições em breve, talvez dentro de oito meses, e então voltar para seu quartel.

A junta liderada por Camara parece ter o controle no momento, fazendo pronunciamentos públicos, conferências com a imprensa e se reunindo com diplomatas estrangeiros. A Guiné é uma das maiores fontes do mundo de bauxita, matéria-prima usada para produção de alumínio. O país também produz diamantes e ouro. No entanto, a riqueza em minérios foi desviada para enriquecer Conté e seus seguidores.

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