Uribe ordena resgate militar de Ingrid Betancourt

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O presidente colombiano, Alvaro Uribe, afirmou nesta sexta-feira que ordenou à cúpula das Força Armadas do país o resgate militar dos seqüestrados em poder da guerrilha das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), incluindo a política Ingrid Betancourt e três cidadãos americanos.

"Aqui não há joguinhos com estes bandidos das Farc, aqui não há trocas. Que estes bandidos esqueçam as zonas de troca. Senhores generais, vamos resgatar Ingrid Betancourt", disse Uribe com tom enérgico na cerimônia de posse do novo diretor da polícia.

O anúncio foi feito um dia depois da revelação de que Betancourt - seqüestrada em fevereiro de 2002 - tentou fugir em cinco ocasiões, segundo afirmou à AFP um policial que conseguiu escapar da guerrilha depois de nove anos seqüestrado pela guerrilha.

"As Farc não querem um acordo humanitário, por isso insistiremos em fazer o resgate pela via militar", destacou Uribe no discurso aos policiais.

Na quinta-feira, as Farc rejeitaram uma iniciativa de Uribe de libertar unilateralmente rebeldes presos para estimular a guerrilha a soltar 56 reféns.

O comandante das Forças Armadas, general Fredy Padilla, destacou que as tropas mantêm as operações para obter a libertação dos reféns.

"Certamente, nós temos a ordem presidencial de realizar as operações necessárias", afirmou o oficial.

Entre os 56 reféns da guerrilha estão políticos, policiais e militares. O governo propôs a troca de todos por 500 rebeldes presos.

Embora o governo e a guerrilha afirmem estar dispostos a uma troca, não conseguiram chegar a um acordo sobre as condições de negociações.

Além disso, o chanceler colombiano, Fernando Araújo, pediu nesta sexta-feira aos seqüestrados em poder da guerrilha das Farc que "aproveitem qualquer descuido de seus captores para escapar".

O chanceler fez a proposta depois de um encontro com o suboficial da polícia que fugiu das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) após nove anos de seqüestro, em um caso similar ao do próprio Araújo, que em dezembro fugiu de um acampamento da guerrilha.

"Eu passei seis anos seqüestrado, sempre com a ilusão de poder escapar ou de ser resgatado pelo Exército. Demorei seis anos e quando se apresentou (a oportunidade), aproveitei. Quero convidar todos os seqüestrados da Colômbia a que, quando tiverem esta possibilidade, o façam", disse o ministro.

Araújo disse ser consciente de que a proposta "pode provocar o temor entre a população", mas justificou a mesma. "Eu conheço as Farc e não tenho medo delas. Espero que os outros seqüestrados também não tenham medo e sejam capazes de seguir adiante", destacou.