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Urnas eletrônicas começaram a dar problemas nas eleições americanas desta terça-feira, informa a agência Associated Press, atrasando a votação em seções eleitorais de Ohio, Colorado, Pensilvânia, Flórida, Tennessee e Indiana. Na Flórida e no Tennessee, cédulas de papel estão tendo de ser usadas.

Até deputados tiveram problemas para votar.

Em Cleveland, Ohio, os mesários, que nos Estados Unidos são voluntários, não conseguiram iniciar as máquinas, diz a agência. No Condado de Delaware, em Indiana, autoridades eleitorais pensam em pedir na Justiça adiamento do fechamento das seções, depois que um possível erro de computação impediu o voto em 75 delas. Segundo uma autoridade, os cartões que ativam as máquinas foram programados de modo errado.

Advogados do Partido Democrata no Tennessee vão entrar na Justiça na tarde desta terça-feira para que o horário de votação seja ampliado devido a problemas de infra-estrutura. O partido, segundo seu porta-voz, recebeu queixas de que algumas seções não têm urnas eletrônicas em número suficiente e algumas não funcionam, o que provoca filas imensas e atrasos na abertura das seções.

Na Pensilvânia, no Condado de Allegheny, máquinas também estão tendo problemas em 13 seções eleitorais, mas, segundo a AP, as autoridades eleitorais não querem informar que problemas e quanto tempo será necessário para o conserto das urnas eletrônicas.

Na capital do Colorado, Denver, a zona eleitoral situada no Centro de Convenção só tem 25% das urnas eletrônicas funcionando.

As falhas técnicas na votação contrastam com os valores dos investimentos nas campanhas eleitorais. Segundo estimativa da ONG Center for Responsive Politics, os gastos devem chegar a US$ 2,8 bilhões neste ano.

Por força da reforma eleitoral de 2002, feita em virtude dos problemas na contagem e recontagem dos votos na Flórida em 2000, os Estados Unidos determinaram que os estados tinham a obrigação de modernizar os sistemas de voto - cada qual com a liberdade de mudar como bem entender.

Assim, para citar apenas algumas, as empresas Diebold, ES&S, Sequoia, Hart InterCivic, Danaher, Microvote, Advanced Voting Solutions e UniLect são algumas das que venderam sistemas eletrônicos aos estados. Sendo que mais de uma empresa pode trabalhar para o mesmo estado. Um condado pode ter um sistema, e outro, outro.

Veja-se o caso da Califórnia, um estado rico, apesar de endividado. Há condados em que só há voto pelo correio. Há condados que usam urnas como as brasileiras, de toque na tela. Há condados que usam scanners ópticos.

A questão do registro eleitoral também está criando confusão, como de resto aconteceu na Flórida em 2000. Em Utah, o Condado de Daggett tem registrados 947 eleitores devidamente cadastrados - o registro para o voto, assim como o voto, é opcional; mas se o cidadão quiser votar ele terá de se registrar.

Pois bem: o Condado de Daggett tem uma população cerca de quatro vezes menor do que o número de eleitores registrados. O procurador-geral Mark Shurtleff está investigando a possibilidade de existência de eleitores fantasmas. Os democratas acham que se trata de uma fraude para que os republicanos vençam no condado.

Muitos estados estabeleceram, pela primeira vez, bancos de dados de eleitores. E tiveram problemas, diz a AP, casando nomes que constam na Seguridade Social (espécie de CPF), em carteiras de motorista e na lista de eleitores. Americanos têm por tradição dar aos filhos um nome que não é prenome nem sobrenome, mas "nome do meio". E os filhos grafam o nome do meio apenas com a inicial, o que é o bastante para dar confusão.

As leis federais não prevêem novas exigências para identificação dos eleitores, mas alguns estados adotaram regras. Por exemplo, o eleitor não precisa, conforme decisão da Justiça, de uma identificação que contenha fotografia. Mas no Missouri as autoridades eleitorais fazem tal exigência.

O problema se agrava pelo fato de não existir, nos Estados Unidos, uma carteira de identidade de reconhecimento nacional. Os cidadãos acham que isso seria uma interferência do poder central em suas vidas e tendem a rechaçar a idéia.

No campo das denúncias de golpes baixos, no estado da Virginia, de acordo com informação da rede NBC, o FBI (a polícia federal americana) está investigando telefonemas que teriam sido dados por republicanos ligados ao senador George Allen para orientar eleitores erroneamente quanto à seção eleitoral ou mesmo quanto ao dia da eleição - algo parecido também aconteceu na Flórida em 2000.

Na Califórnia, panfletos cuja distribuição foi paga por grandes indústrias dão informação sobre apoio de candidata democrata contrária à real posição dela sobre dois temas.

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