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O vice-presidente dos EUA, Mike Pence, em foto de 9 de janeiro. Nesta quarta (16) ele disse que o Estado Islâmico "foi derrotado" |  SAUL LOEB / AFP
O vice-presidente dos EUA, Mike Pence, em foto de 9 de janeiro. Nesta quarta (16) ele disse que o Estado Islâmico "foi derrotado"| Foto:  SAUL LOEB / AFP

O vice-presidente do Estados Unidos, Mike Pence, disse a diplomatas americanos nesta quarta-feira (16) que o califado do Estado Islâmico (EI) colapsou na Síria, mas não fez menção aos militares mortos no país pouco antes de sua declaração.

Em comentários cheios de louvor para a liderança do presidente Donald Trump, Pence disse durante a conferência Global Chiefs of Mission, do Departamento de Estado, que alguns dos inimigos mais hediondos dos Estados Unidos estão em retirada. 

“Graças à liderança deste presidente e a coragem e sacrifício de nossas forças armadas, agora somos capazes de começar a passar a luta contra o EI na Síria para nossos parceiros de coalizão”, ele disse, provocando aplausos dos 184 diplomatas na plateia. “E nós estamos trazendo nossas tropas para casa. O califado desmoronou e o EI foi derrotado”. 

No mês passado, Trump também afirmou que o grupo militar havia sido derrotado, para em seguida anunciar a retirada de cerca de 2.000 soldados dos EUA de lá, embora o cronograma tenha sido alterado. Outras autoridades do governo reconheceram que os combatentes do Estado Islâmico permanecem ativos em uma pequena área do país. 

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Mais ou menos na mesma hora em que Pence chegou ao palco do auditório no Departamento de Estado, com o som de uma marcha militar, a sua assessora de imprensa tuitou que Pence tinha sido avisado das mortes dos militares nesta quarta-feira. O Estado Islâmico reivindicou a responsabilidade pelo atentado suicida. 

“O [vice-presidente] foi informado sobre a situação na Síria. Ele e [o presidente] estão monitorando a situação. Nossos corações estão com os entes queridos das vítimas”, Alyssa Farah tuitou. 

Pence tem um filho, Michael, que é oficial do Corpo de Fuzileiros Navais. 

A notícia das mortes no combate levou a uma resposta muito diferente dos republicanos no Capitólio. 

O senador Lindsey Graham, republicano, disse na quarta-feira que a retirada das tropas anunciada por Trump encorajou o grupo militante. 

“Minha preocupação com as declarações feitas pelo presidente Trump é que elas impulsionam o entusiasmo do inimigo contra quem estamos lutando”, Graham disse durante uma audiência do Comitê Judiciário do Senado. “Então eu espero que o presidente olhe com bastante atenção para a sua direção na Síria”. 

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Graham comparou a Síria ao Iraque e disse que os Estados Unidos precisam manter seu compromisso de lutar contra o Estado Islâmico e sua ideologia, que é difícil de ser eliminada. 

“Todo americano quer que nossas tropas voltem para casa, mas eu acredito que todos queremos ter certeza de que quando eles voltarem para casa, nós estejamos seguros”, disse ele. “Eu sei que as pessoas estão frustradas, mas nunca estaremos a salvo aqui a menos que estejamos dispostos a ajudar as pessoas que estão contra essa ideologia radical”. 

Na Comissão de Relações Exteriores da Câmara, o deputado republicano Michael McCaul instou Trump a reverter a decisão de retirar tropas da Síria. 

“O atentado de hoje contra nossas tropas na Síria é um lembrete de que o EI ainda tem capacidade para realizar ataques”, afirmou. 

Pence, após muitos aplausos, disse que a luta contra os militantes na Síria continua sendo uma prioridade para o governo. 

“Vamos ficar na região, e vamos continuar na luta, para ter certeza de que o EI não mostre a sua face horrível”, disse ele. “Vamos proteger os ganhos que nossos soldados e nossos parceiros da coalizão têm garantido. O presidente tem falado muitas vezes sobre seu desejo de pôr fim a guerras sem fim. E da capacidade de trazer nossas tropas para casa. E trazê-los para casa de forma ordenada e eficaz”. 

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A conferência anual reuniu 184 embaixadores e chefes de missão de embaixadas e consulados de todo o mundo para discutir questões de política externa. O dinheiro para a viagem havia sido gasto antes da paralisação do governo, e decidiu-se ir em frente com o compromisso, disse um funcionário do Departamento de Estado, porque a reunião é considerada “essencial para a condução dos negócios estrangeiros fundamentais para a segurança nacional”. 

Durante o discurso de Pence, funcionários do Departamento de Estado que ajudaram a organizar a conferência, mas não estão recebendo salário por causa da paralisação do governo federal que já dura quase quatro semanas, estavam no local. Pence também não mencionou a paralisação.

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