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Crianças sírias em campo de refugiados em Antakya, na Turquia, país que tem recebido diariamente grande número de vítimas do conflito na Síria | Bulent Kilic/AFP
Crianças sírias em campo de refugiados em Antakya, na Turquia, país que tem recebido diariamente grande número de vítimas do conflito na Síria| Foto: Bulent Kilic/AFP

Pressão

Para EUA, anúncio de eleições parlamentares é "ridículo"

O Departamento de Estado norte-americano classificou como "ridículas" as eleições parlamentares convocadas pelo ditador da Síria, Bashar al Assad. A instituição ainda pediu o fim da repressão para que possa ter início um diálogo político.

A porta-voz do Departamento de Estado, Victoria Nuland, disse que é preciso promover o fim da violência como o primeiro passo. Ela também relatou que os EUA possuem informações de que o regime sírio teria instalado minas terrestres nas rotas de escape usadas pelos refugiados para ir às fronteiras de Turquia e Líbano.

Nuland ainda disse que a secretária de Estado, Hillary Clinton, mantém contatos diários com o enviado da ONU, o ex-secretário-geral Kofi Annan, para monitorar a situação no país árabe.

A violência na Síria forçou 230 mil pessoas a deixar suas casas em um ano de revolta contra o re­­gime, estimou ontem a agência de refugiados das Nações Unidas.Segundo o coordenador para a Síria do Alto Comissariado para Refugiados (Acnur), Panos Moumt­­zis, 30 mil pessoas fugiram para Turquia, Líbano e Jordânia e cerca de 200 mil foram deslocadas in­­ternamente.

Forças de segurança sírias in­­tensificaram ontem a artilharia contra áreas residenciais e retomaram a cidade de Idlib (ao norte), um dos principais bastiões rebeldes. Pelo menos 36 pessoas morreram, segundo ativistas.

Em meio a indícios de novos massacres, a Liga Árabe defendeu uma investigação internacional para apurar supostos crimes contra a humanidade cometidos pe­­lo regime.

Depois de ser suspensa da or­­ganização regional que ajudou a fundar, a Síria, contudo, resiste à pressão diplomática por um cessar-fogo.

Ontem, o enviado especial da ONU e da Liga Árabe, Kofi Annan, disse que ainda aguardava uma resposta às propostas para pôr um fim à violência que apresentou no fim de semana, quando se reuniu em Damasco com o ditador Bashar Assad.

Para o secretário-geral da Liga Árabe, Nabil al Arabi, é preciso uma investigação independente da violência.

"Os assassinatos de famílias inteiras podem ser descritos co­­mo crimes contra a humanidade", afirmou.

Há duas semanas, Homs foi alvo de quase um mês de pesados bombardeios, que deixaram centenas de mortos, segundo os ativistas.

A ONU alertou para indícios de execuções sumárias.

O temor de que o mesmo se repita em Idlib, uma das principais bases da milícia de desertores ELS (Exército Livre da Síria) aumentou.

A brutalidade não se limitou ao Exército. Num vídeo obtido pela agência Associated Press, um suposto agente do regime aparece enforcado numa árvore em Idlib.

Mantendo o cronograma de reforma política que foi totalmente rejeitado pela oposição, o governo sírio anunciou hoje que eleições parlamentares serão realizadas em 7 de maio.

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