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Ato “Ditadura Nunca Mais” foi realizado na Avenida Paulista, em São Paulo, em agosto de 2019 (Imagem: Reprodução/Roberto Parizotti/Fotos Públicas)
Ato “Ditadura Nunca Mais” foi realizado na Avenida Paulista, em São Paulo, em agosto de 2019 (Imagem: Reprodução/Roberto Parizotti/Fotos Públicas)| Foto: R.Parizotti

A montadora Volkswagen concordou em pagar R$ 36 milhões em indenizações a mais de 60 ex-funcionários perseguidos durante a ditadura militar brasileira e em doações adicionais. O Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) foi firmado nesta quarta-feira (23) com o Ministério Público Estadual de São Paulo, Ministério Público Federal de São Paulo e a Procuradoria do Trabalho em São Bernardo do Campo.

Há cinco anos, uma ação coletiva foi movida por ex-trabalhadores que atuaram na fábrica da VW em São Paulo. Uma comissão que investiga abusos cometidos durante a ditadura no Brasil, ocorrida entre 1964 e 1985, descobriu que empresas como a montadora ajudaram, secretamente, os militares a identificar trabalhadores ligados ao movimento sindical e suspeitos considerados subversivos em suas folhas de pagamento.

A VW também teria aprovado prisões políticas realizadas pela polícia secreta nas instalações da fábrica brasileira. Segundo a publicação Süddeutsche Zeitung (SZ), o então presidente-executivo da empresa, que tem sede em Wolfsburg, teria sido informado das prisões em 1979.

"Lamentamos as violações que ocorreram no passado. Estamos cientes de que é responsabilidade conjunta de todos os atores econômicos e da sociedade respeitar os direitos humanos e promover sua observância. Para a Volkswagen AG, é importante lidar com responsabilidade com esse capítulo negativo da história do Brasil e promover a transparência", disse, em nota, Hiltrud Werner, membro do Conselho de Administração da Volkswagen AG por Integridade e Assuntos Jurídicos.

De acordo com a Volkswagen, dos R$ 36 milhões, R$ 16,8 milhões serão destinados à Associação dos Trabalhadores da Volkswagen - Associação Henrich Plagge. "A maior parte dessa verba [R$ 16,8 milhões] será destinada a ex-trabalhadores da Volkswagen do Brasil – ou seus sucessores legais – que manifestaram terem sofrido violações de direitos humanos durante a ditadura", informou a empresa em nota.

O restante do dinheiro refere-se a doações para projetos de promoção da memória e da verdade em relação às violações de direitos humanos ocorridas no Brasil durante a ditadura militar e um pagamento de R$ 9 milhões aos Fundos Federal e Estadual de Defesa e Reparação de Direitos Difusos (FDD).

Atualização

A reportagem foi atualizada para esclarecer que os R$ 36 milhões não são referentes somente ao pagamento de indenizações, mas que também incluem doações. Também foi incluído o posicionamento da Volkswagen sobre o acordo.

Atualizado em 24/09/2020 às 11:19
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