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Presidente chinês, Xi Jinping, vota em uma proposta para elaborar uma lei de segurança em Hong Kong, durante a sessão de encerramento do Congresso Nacional do Povo, em Pequim, em 28 de maio de 2020.| Foto: NICOLAS ASFOURI / AFP

Presidente da China, Xi Jinping quer ressuscitar um título que foi aposentado após a morte de Mao Tsé-Tung, que governou o país de 1949 a 1976: o de presidente do Comitê Central do Partido Comunista da China (PCC). Essa seria uma manobra para Xi Jinping, que já é secretário-geral do PCC e chefe das Forças Armadas do país, consolidar o seu domínio sobre o território e o povo chinês.

O segundo mandato de Xi Jinping como secretário-geral do PCC e chefe das Forças Armadas vai terminar oficialmente no fim de 2022, enquanto seu segundo mandato de cinco anos como presidente do país se encerra em 2023. Antes, a Constituição da China previa que um líder poderia permanecer no poder por no máximo dois mandatos. Em 2018, porém, o texto foi alterado e eliminou os limites do mandato presidencial no país.

Mesmo que essas alterações constitucionais deem conta de manter Xi Jinping de forma vitalícia na presidência do país, se ele assim desejar, o título de presidente Comitê Central do PCC faria com que ele mantivesse o controle total sobre o partido sem, necessariamente, precisar ocupar todos os cargos atuais. Ainda, seria uma manobra bastante simbólica: ninguém que ocupou o cargo de secretário-geral do PCC depois de Mao Tsé-Tung teve tanto poder quanto ele. Até Xi Jinping. Ressuscitar o título de seu mais poderoso antecessor, portanto, é bastante significativo e enfatiza ainda mais o status de Xi acima de outros líderes chineses.

A cientista política Cai Xia, professora aposentada da Escola Central do Partido Comunista, em Pequim, que foi expulsa do PCC recentemente por críticas ao regime, afirmou ao Financial Times que “o poder do partido, do governo e dos militares está em suas mãos [de Xi], então, quando se trata da centralização do poder, ele é mais formidável do que Mao”.

Além disso, o atual presidente do país tem uma vantagem em relação a Mao Tsé-Tung: enquanto o líder da Revolução Chinesa mergulhou o país em uma recessão de crises e fome, o atual chefe chinês quis provar que sabe governar e também promover o crescimento econômico. A China de Xi se tornou a segunda economia do planeta, com a segunda mais a força militar, e investe bilhões de dólares em parcerias econômico-políticas por Ásia, África, América Latina e Europa, algo que os americanos fizeram durante o Plano Marshall (e em escala menor).

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