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Telão em rua de Pequim transmite programa de notícias com o pronunciamento do presidente chinês Xi Jinping à OMS, 18 de maio de 2020.
Telão em rua de Pequim transmite programa de notícias com o pronunciamento do presidente chinês Xi Jinping à OMS, 18 de maio de 2020.| Foto: GREG BAKER / AFP

Acusada pelo governo americano de Donald Trump de ter demorado a reagir, a China prometeu, nesta segunda-feira, 18, por meio do seu presidente Xi Jinping, compartilhar uma eventual vacina e alocar US$ 2 bilhões para a luta global contra a Covid-19.

Em uma mensagem de vídeo transmitida em Genebra por ocasião da 73ª Assembleia Mundial da Saúde, o homem forte de Pequim garantiu que é a favor de uma "avaliação completa" e "imparcial" da resposta global ao novo coronavírus, mas apenas depois que a pandemia estiver sob controle.

A assembleia da Organização Mundial da Saúde (OMS), realizada online pela primeira vez na história, discute uma resolução promovida pela União Europeia (UE) exigindo uma "avaliação imparcial, independente e abrangente" da resposta internacional à crise do coronavírus.

O ministério das Relações Exteriores da China deixou claro nesta segunda-feira que os diplomatas chineses votariam o texto.

A China, o primeiro país a declarar casos da Covid-19 no final do ano passado, é acusada pelo governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de demorar a avisar a comunidade internacional e tomar medidas.

Refutando as acusações, Xi assegurou que seu país "sempre" mostrou "transparência" e "responsabilidade" diante da pandemia, compartilhando informações com a OMS e outros países em tempo hábil.

Os Estados Unidos e a Austrália pediram uma investigação internacional sobre a origem do vírus. Pequim denuncia uma "politização" dessa questão, enfatizando regularmente que o "paciente zero" da Covid-19 não foi encontrado e que "não é necessariamente" chinês.

Corrida pela vacina

Ansioso para proteger os chineses e silenciar os críticos ocidentais quanto à gestão da pandemia, Pequim também se posiciona como um participante chave na corrida por uma possível vacina. O país incentiva institutos públicos e empresas privadas a acelerar suas pesquisas. E a China garantiu na sexta-feira que cinco vacinas experimentais já começaram a ser testadas em seres humanos.

Qualquer eventual vacina desenvolvida pela China se tornará um "bem público global", acessível e disponível nos países em desenvolvimento, prometeu Xi. Segundo a maioria dos especialistas, uma vacina contra a Covid-19 só deverá ser finalizada em entre 12 ou 18 meses.

O presidente chinês também disse que seu país contribuirá com US$ 2 bilhões (R$ 11,52 bilhões) para a luta global contra a Covid-19, especialmente nos países em desenvolvimento. "A China trabalhará com os membros do G20 para implementar a iniciativa de alívio da dívida para os países mais pobres", explicou.

Por fim, ele propôs tornar seu país, em colaboração com a ONU, uma "plataforma logística e um armazém" humanitário de emergência, com o objetivo de facilitar o fornecimento de equipamentos contra o coronavírus em todo o mundo. A pandemia de Covid-19 já matou mais de 315 mil pessoas em todo o mundo, com sérias consequências para a economia global.

Para os Estados Unidos, o pacote da China contra os efeitos da Covid-19 é uma tentativa de distrair as investigações sobre a origem da pandemia. Após o anúncio da China sobre o pacote de US$ 2 bilhões em apoio à resposta internacional ao coronavírus, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos John Ullyot, disse que a medida é uma tentativa de "distração" dos pedidos de países por uma investigação sobre a maneira como Pequim lidou com a pandemia.

"Como fonte do surto, a China tem responsabilidade a cumprir", afirmou Ullyot, em comunicado.

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