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O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, pediu que sejam criados tribunais regionais para combater a impunidade em casos de crimes contra a humanidade e violações dos direitos humanos, depois que militares envolvidos no golpe que o tirou do poder foram absolvidos.

Zelaya está atualmente na condição de hóspede na República Dominicana desde que Porfirio Lobo assumiu na semana passada a Presidência de Honduras e deu um salvo-conduto para que o presidente deposto abandonasse o país depois de vários meses refugiado na embaixada do Brasil em Tegucigalpa.

Um dia antes de sua partida, um juiz hondurenho absolveu das acusações de abuso de autoridade e de violação dos direitos humanos de Zelaya os chefes militares que o depuseram e expulsaram em um golpe no final de junho do ano passado.

Em coletiva de imprensa em Santo Domingo, Zelaya disse que deviam ser criados tribunais internacionais para evitar a impunidade de quem tem a intenção de romper a ordem democrática.

"Temos que proteger e resguardar a democracia e isso tem que ser uma tarefa de todos na América Latina", disse Zelaya.

"Até o dia de hoje mantem seus cargos e desfrutam da impunidade os co-autores do golpe militar e os cúmplices de violações dos direitos humanos, inclusive o Tribunal Superior da Justiça e o procurador-geral", acrescentou.

Zelaya exigiu uma apuração na Justiça de seu país, a retirada das instituições de pessoas envolvidas em sua deposição, e que ponha fim à perseguição contra ele e seus seguidores.

O presidente deposto disse que conversará com o presidente do México, Felipe Calderón, para se instalar nesse país latino-americano no futuro.

OEA não vai integrar comissão da verdade

A Organização dos Estados Americanos (OEA) informou na quarta-feira que não vai integrar a comissão da verdade que Honduras formará nesta semana para esclarecer o que ocorreu antes, durante e depois da deposição do ex-presidente Manuel Zelaya.

"Não faremos parte desse grupo pois essa é uma prerrogativa do governo do presidente (Porfirio) Lobo e determinada no Acordo Tegucigalpa-San José'', disse o secretário de Assuntos Políticos da OEA, Victor Rico.

Rico teve uma reunião com Lobo e disse que "foi um diálogo muito bom". "Estamos aqui para colaborar, apoiar e facilitar a integração da comissão da verdade", disse ele.

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