O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse em uma mensagem publicada na noite de segunda-feira (19) que a incursão militar ucraniana em Kursk permitiu ao seu país tomar o controle de quase 100 cidades naquela região da Federação Russa, razão pela qual Kiev pode reivindicar 1.250 quilômetros quadrados de território do país do ditador Vladimir Putin.
"Os soldados ucranianos continuam a operação defensiva nas áreas designadas da região de Kursk. Atualmente, nossas forças controlam mais de 1.250 quilômetros quadrados de território inimigo e 92 assentamentos", declarou Zelensky durante sua reunião com os chefes das missões diplomáticas estrangeiras da Ucrânia realizada em Dnipro (leste) na noite de ontem.
“Continuamos reforçando as nossas posições, estabilizando as áreas designadas e reabastecendo o fundo de troca para a Ucrânia”, acrescentou, referindo-se às numerosas capturas de soldados russos ocorridas durante a incursão.
Segundo Zelensky, a operação em Kursk não teria sido necessária se os parceiros estrangeiros da Ucrânia tivessem levantado todas as restrições ao uso das suas armas de longo alcance contra a Rússia, enquanto seu sucesso demonstra a "ingenuidade" da ideia de "linhas vermelhas" em relação à Rússia.
Zelensky comentou, ao referir-se à incursão militar ucraniana em Kursk, que "há alguns meses, muitas pessoas no mundo, se tivessem descoberto que estávamos planejando uma operação deste tipo, teriam dito que é irreal e que seria tentar cruzar a supostamente mais vermelha de todas as linhas vermelhas que existem na Rússia”.
“Todo o conceito ingênuo e ilusório das chamadas linhas vermelhas em relação à Rússia, que dominava as avaliações da guerra por parte de alguns parceiros, entrou em colapso nos últimos dias”, considerou Zelensky.
Segundo o presidente ucraniano, a descrença que teria sido gerada pela apresentação da ideia da incursão da Ucrânia em Kursk foi uma das razões pelas quais “ninguém ouviu falar” da preparação de tal operação.
No entanto, os avanços da Ucrânia em Kursk já provocaram uma mudança ideológica muito importante, na opinião de Zelensky.
É por isso que pediu aos diplomatas ucranianos que intensificassem seu trabalho para convencer os parceiros, especialmente os Estados Unidos, o Reino Unido, a França e a Alemanha, a permitirem a utilização das suas armas de longo alcance contra alvos militares mais adentrados em território russo.
"A Ucrânia está separada da capacidade de impedir o avanço do Exército russo no front por apenas uma decisão, que esperamos dos nossos parceiros. E esta é uma decisão sobre as capacidades de longo alcance", disse Zelensky.
O presidente ucraniano frisou que as bases militares, aeródromos, logística e outras instalações militares russas são alvos completamente legítimos para as forças de defesa ucranianas.
“Insisto: a reação de Putin à operação na região de Kursk mostra que não há razão racional para não nos permitir ser verdadeiramente fortes, verdadeiramente de longo alcance”, ressaltou Zelensky.
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