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Memorial Ucraniano, no Parque Tingui, em Curitiba.
Memorial Ucraniano, no Parque Tingui, em Curitiba.| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Há 30 anos, em 11 de fevereiro de 1992, a Ucrânia e a República Federativa do Brasil estabeleciam relações diplomáticas. No entanto, os dois países compartilham uma rica história comum de mais de 130 anos, que remonta à chegada dos primeiros ucranianos ao Brasil, em 1891.

Por mais de um século, a comunidade ucraniana, que totaliza cerca de 600 mil descendentes, vem enriquecendo a cultura brasileira por meio de suas expressões culturais e contribuindo para o desenvolvimento do Brasil. As personalidades brasileiras de origem ucraniana, como Clarice Lispector, Helena Kolody, Gregori Warchavchik, Miguel Bakun e Vira Vovk, ganharam destaque no campo da literatura, arquitetura e pintura, e são conhecidos tanto no Brasil quanto no exterior.

Além de contribuir para o enriquecimento da cultura brasileira, os ucranianos trazem importante aporte ao desenvolvimento social e econômico do país. Podemos ressaltar, por exemplo, a contribuição ao cooperativismo agrário brasileiro e a difusão da arte de pintura manual de ovos conhecida como “pêssanka” ucraniana, que se tornou símbolo do estado do Paraná.

Os 30 anos de relações diplomáticas possibilitaram a construção da confiança mútua e demonstraram a vontade de fortalecer a parceria estratégica e de aprofundar as relações fraternas que unem o Brasil e a Ucrânia

A Ucrânia sempre considerou o Brasil como um parceiro importante na América do Sul e os dois países se transformaram em sócios confiáveis, que buscam desenvolver parcerias nas áreas de interesse comum. Os dois Estados elevaram suas relações ao nível de parceria estratégica. Nesse sentido, foram criados os mecanismos intergovernamentais necessários para definir os caminhos para o aprofundamento do diálogo e para a realização dos acordos celebrados nas cinco visitas presidenciais realizadas, três do lado ucraniano e duas do lado brasileiro. A Ucrânia está comprometida com a cooperação de longo prazo nos mais diversos campos, tais como político, econômico, cultural e científico. Ressalte-se que o desenvolvimento das relações bilaterais é facilitado pelas relações pessoais de confiança entre nossas altas autoridades.

O Brasil, além de ser um parceiro confiável que apoia a integridade territorial e a soberania da Ucrânia, defende incondicionalmente a solução diplomática do atual conflito russo-ucraniano. Isso foi claramente demonstrado durante a última reunião do Conselho de Segurança da ONU, em 31 de janeiro de 2022.

Nosso comércio é uma força motriz para a promoção das relações bilaterais. De fato, o Brasil é o maior parceiro comercial da Ucrânia na América do Sul. Existem diversas áreas promissoras de cooperação mutuamente benéfica, tais como energia nuclear, aeroespacial, militar, farmacêutica, agricultura, segurança cibernética, tecnologias de informação e educação. Nesse sentido, a Ucrânia está disposta a aprofundar o relacionamento em todos os campos de interesse mútuo.

Os 30 anos de relações diplomáticas possibilitaram a construção da confiança mútua e demonstraram a vontade de fortalecer a parceria estratégica e de aprofundar as relações fraternas que unem o Brasil e a Ucrânia. Graças a intensos intercâmbios humanos, por meio da arte, da cultura comum, das tradições, da história e do esporte, Ucrânia e Brasil se descobrem cada vez mais, o que contribui para o fortalecimento da cooperação multidisciplinar entre nossos governos e povos.

Anatoliy Tkach é encarregado de Negócios da Ucrânia no Brasil.

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