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| Foto: Marcos Tavares/Thapcom

Alguns americanos têm muito mais renda e riqueza que outros. O ex-presidente Barack Obama disse, uma vez: “eu realmente penso que, quando se atinge um certo ponto, você já fez dinheiro suficiente”. Um assessor da deputada democrata Alexandria Ocasio-Cortez, que tem uma conta de Twitter chamada “cada bilionário é uma falha política”, tuitou “meu objetivo para este ano é conseguir que um moderador pergunte ‘é moralmente correto que alguém seja um bilionário?’” E a pré-candidata à presidência americana Elizabeth Warren, senadora democrata, quer um imposto sobre fortunas e reclama que “os ricos e poderosos estão tomando muito para si mesmos e deixando muito pouco para todos os demais”.

Essas pessoas teriam razão se houvesse pilhas de dinheiro no chão, chamadas “receitas”, com bilionários e milionários conseguindo acesso a elas e surrupiando muito mais do que deveriam. Nesse caso, uma política pública corretiva pediria uma redistribuição da renda, em que os ganhos conseguidos de forma imoral por poucos seriam tomados e devolvidos a quem de direito. Poderíamos dizer o mesmo se houvesse um distribuidor de dólares que – por ser racista, sexista, multinacionalista e, quem sabe, um republicano – não dividisse os dólares de forma justa. Se ele desse milhões a uns e moedinhas a outros, uma política pública decente exigiria que os dólares fossem divididos novamente, no que alguns chamam de redistribuição de renda.

Você dirá “Williams, isso é loucura”. E você está certo. Em uma sociedade livre, as pessoas conquistam renda pelo serviço a seu próximo.

Um sistema que exija de alguém que sirva seu próximo para poder reivindicar o que os outros produzem é muito mais moral que um sistema que dispensa esse requisito

Veja um exemplo: eu corto a sua grama e você me paga US$ 40. Depois, vou ao mercado e levo 12 cervejas e um quilo e meio de carne. O caixa me diz “Williams, você está pedindo a este seu próximo que lhe sirva dando-lhe cerveja e carne. O que você fez para servir o próximo?” E eu responderia “Eu cortei a grama dele”. O caixa pede: “então prove”. E eu mostro os US$ 40. Podemos encarar aquelas duas notas de US$ 20 como “certificados de performance”, uma prova de que eu servi o próximo.

Um sistema que exija de alguém que sirva seu próximo para poder reivindicar o que os outros produzem é muito mais moral que um sistema que dispensa esse requisito. Por exemplo, o Congresso poderia me dizer “Williams, você não precisa ficar derretendo ao sol cortando a grama do vizinho para ter direito ao que os outros produzem. Apenas vote em mim, e vou usar a tributação para tirar parte do que outra pessoa produz e dar essa parte a você”.

Vamos ver os exemplos de alguns multibilionários para saber se eles têm servido adequadamente o seu próximo.

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Bill Gates, cofundador da Microsoft, tem uma fortuna estimada em mais de US$ 90 bilhões. É a segunda pessoa mais rica do mundo. Ele não conquistou esse dinheiro todo por meio da violência. Milhões de pessoas em todo o mundo voluntariamente deram seu dinheiro em troca de produtos da Microsoft. Isso explica a enorme riqueza de gente como Gates. Eles descobriram o que seu próximo queria e não tinha, e encontraram meios de produzir isso de forma eficiente. E as pessoas lhes deram dinheiro de livre e espontânea vontade.

Se Gates e outros tivessem ouvido o conselho de Obama, de que “a partir de um certo ponto” eles tivessem “ganho dinheiro suficiente”, e tivessem fechado suas fábricas depois de conquistar o primeiro ou segundo bilhão, a humanidade não teria conseguido o desenvolvimento tecnológico de que desfruta hoje.

Dê uma olhada na lista de bilionários do site Billionaire Mailing List. Nela, você encontrará gente que fez enormes contribuições à sociedade. Mais para baixo da lista está Gordon Earle Moore, cofundador da Intel. Ele tem uma fortuna de US$ 6 bilhões. Em 1968, Moore desenvolveu e comercializou o circuito integrado, ou microchip, responsável por milhares de inovações ainda hoje, como aparelhos de ressonância magnética, avanços na tecnologia de satélites, ou o seu computador. Por mais que Moore tenha se beneficiado enormemente de sua atividade de desenvolver e vender o microchip, o que ele ganhou não é nada em comparação com o que nosso país e o mundo ganharam em termos de vidas melhoradas e até salvas por todas as inovações tecnológicas que o microchip permitiu.

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As únicas pessoas que se beneficiam da luta de classes são os políticos e a elite; eles tomam nosso dinheiro e controlam nossas vidas.

Além disso, deveríamos nos questionar: para onde uma sociedade caminha quando ataca seus membros mais produtivos, ridiculariza-os e zomba deles, enquanto passa a mão na cabeça de alguns dos seus maiores sanguessugas e membros menos produtivos?

Walter E. Williams é colunista do “The Daily Signal” e professor de Economia na George Mason University. Tradução: Marcio Antonio Campos.
© 2019 The Daily Signal. Publicado com permissão. Original em inglês.
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