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 | Daniel Castellano/Arquivo Gazeta do Povo
| Foto: Daniel Castellano/Arquivo Gazeta do Povo

Passado o turbilhão que quase a levou à bancarrota, a Petrobras e seus gestores atuais têm se apresentado como bom exemplo a ser seguido pelas demais empresas controladas pelo Estado.

Usada e abusada politicamente, seja para controle artificial da inflação, seja para transformá-la numa plataforma de marketing político partidário ou, ainda pior, para atender interesses próprios em um esquema sem igual de corrupção, a Petrobras provavelmente só sobreviveu porque a tempo e à hora houve uma ruptura no então sistema político.

Desde então temos observado grandes avanços. Entre eles, a profissionalização da gestão, a meritocracia, a volto ao core business da companhia, a criação e a importância efetivamente dada à área de integridade (ou compliance), montada sobre os fundamentos da Lei Anticorrupção, como também a profissionalização do próprio Conselho, à luz da nova Lei das Estatais.

Subsidiar o preço da gasolina sangrando uma estatal de importância estratégica é um erro pelo qual várias gerações de brasileiros vão pagar

Agora, mais um grande e importante passo foi anunciado: a reforma de seus estatutos, que prevê a blindagem da empresa contra políticas intervencionistas. As novas cláusulas obrigam o governo a ressarcir a empresa em caso de prejuízos com a concessão de subsídios aos preços dos combustíveis ou com investimentos de interesse público. A medida busca evitar seu uso político, tido como uma das razões para a crise financeira da estatal.

A sociedade nunca se beneficia do proselitismo político. Subsidiar o preço da gasolina sangrando uma estatal de importância estratégica é um erro pelo qual várias gerações de brasileiros vão pagar.

Leia também: Pasadena, antes tarde do que nunca (editorial de 19 de outubro de 2017)

Leia também: O acordo bilionário da Petrobras (editorial de 6 de janeiro de 2018)

Bom que isso tudo esteja acontecendo naquela que já foi símbolo de orgulho para nós, brasileiros. Bom que possamos fazer dessas iniciativas exemplos a serem seguidos pelas centenas de empresas estatais que são usadas e abusadas politicamente e que, em sua grande e absoluta maioria, não atendem o conceito de prioridade nacional, sendo totalmente dispensáveis.

Temos de diminuir o tamanho do Estado. Chega de ineficiência, de recursos mal alocados, de portas e oportunidades para se instalar a corrupção. Só assim teremos um Estado presente naquilo que é essencial: educação, saúde e segurança pública.

Gino Oyamada é diretor da 3G Consultoria – Governança, Gestão e Gente e um dos especialistas pioneiros do Programa de Conselheiros das Estatais da Fundação Dom Cabral.
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