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Imagem ilustrativa.| Foto: hurk/Pixabay

Tenho bastante apreço pelos Estados Unidos e considero-me simpatizante de seu povo. Mas isso não significa que eu concorde com tudo o que fazem. Acredito que amigos verdadeiros apontam os erros uns dos outros, para que eles possam se corrigir. E foi neste sentido que escrevi ao presidente Joe Biden, ao secretário de Estado Antony Blinken e ao encarregado de Negócios na embaixada norte-americana em Israel. Sobre um fato recente.

Os Estados Unidos fizeram uma dura crítica a uma ação do governo israelense: a destruição da casa do terrorista que assassinou a sangue frio Yehuda Gueta (z”l), um menino que esperava o ônibus para a escola. No mesmo atentado, este monstro feriu gravemente outros dois estudantes a quem tentou matar. A destruição de casas de terroristas que ceifam vidas é prevista em lei e tem se demonstrado eficiente meio de contenção, apesar de não ser infalível.

A condenação norte-americana à ação aprovada pela Suprema Corte de Israel é algo difícil de aceitar, dada a resposta que os próprios norte-americanos usam quando sofrem ataques terroristas.

Em 11 de setembro de 2001 os Estados Unidos sofreram um terrível ataque, perpetrado por 19 terroristas. Eles destruíram as casas dos 19 terroristas ou tiveram reação diferente? Pois eis o resumo da reação norte-americana: invasão do Afeganistão, que levou a uma guerra de quase 20 anos. Entre 35 mil e 40 mil afegãos perderam a vida. As baixas no exército americano somaram 2.312 mortos e 20.066 feridos em diferentes níveis de gravidade. Não há dados sobre o número de soldados com problemas mentais causados pela guerra, nem há número relatado das construções destruídas. O custo da operação para a população americana foi de US$ 824 bilhões.

Em Israel, apenas a casa do terrorista foi demolida, de acordo com a lei. Não houve mortes, não há feridos.

Os dados acima são suficientes para descartar as recentes críticas como inválidas. Ao mesmo tempo, cabe questionar se a veemente reprimenda não é um exemplo de padrões duplos, que atingem quase o ponto de cinismo.

Marcos L. Susskind é ativista comunitário, palestrante e guia de turismo em Israel.

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