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As raízes africanas do carnaval

Carnaval de São Paulo terá 16 milhões de foliões em 2025.
Carnaval de São Paulo promete reunir 16 milhões de foliões em 2025. (Foto: Leo Rodrigues/Prefeitura de São Paulo)

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O carnaval brasileiro é uma manifestação cultural com fortes raízes culturais advindas dos países africanos. Esta é uma afirmação incontestável e popular. O que muitos admiradores da cultura brasileira e africana vem acompanhando com curiosidade é ampliação da exposição ativa sobre os 54 países africanos em vários enredos das escolas de samba, em inúmeros desfiles em vários estados brasileiros.

A Escola de Samba Beija-Flor, de Nilópolis, Rio de Janeiro, é uma destas belas demonstrações. Em 2015, o tema de seu enredo de carnaval foi a Guiné Equatorial, país africano, com seus carros alegóricos expressando suas cores, danças e estilos culturais. Neste mesmo ano, a Imperatriz Leopoldinense assume um tom politizado, ao escolher homenagear o líder mundial Nelson Mandela para seu enredo. As suas alas citavam a luta contra o apartheid e contra o preconceito.

Em 2024, uma inovação de conexão com a África ocorreu no carnaval de Salvador, com a embaixada de Gana patrocinando o camarote Casa de Gana. Esta iniciativa contempla inúmeras programações culturais e intercâmbios, trazendo uma comitiva ganense com empresários, músicos, artistas e lideranças do país africano ao Brasil, assim abrilhantando o carnaval baiano com projetos de gastronomia, arte, palestras, músicas e danças.

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Para este ano, 2025, a Escola de Samba Tom Maior, de São Paulo, faz homenagem a Angola em celebração aos seus 50 anos de independência. Como estes enredos, há dezenas de outros exemplos em todos os estados da federação.

Seguindo esta tendência, o livro Atlas Geocultural da África, da Editora Eiros, incrementa informações preciosas aos que desejam se aprofundar nos conhecimentos sobre esses países. Como bem percebida na escolha temática no Enem de 2024, o carnaval e as escolas de samba expressam a tendência dos brasileiros em desejarem ampliar suas conexões, intercâmbios e conhecimentos com os 54 países africanos.

Odair Marques da Silva é diretor de Pós-graduação, Pesquisa e Extensão da Universidade Zumbi dos Palmares.

Conteúdo editado por: Jocelaine Santos

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