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Ilustração: Felipe Lima
Ilustração: Felipe Lima| Foto:

É possível preservar um parque florestal sem a contribuição da população local? A resposta é não! Exemplo clássico do referido fracasso é o Parque Nacional do Iguaçu, pois, fechado a população do Paraná e do Brasil, é continuamente atacado por criminosos ambientais.

Tudo porque as premissas adotadas para supostamente preservar o parque são erradas. O modelo ambiental antigo parte dos seguintes fundamentos: o isolamento do parque é a melhor solução; o parque é transformado em uma reserva biológica inacessível ao homem; e terceiro, o homem é tido como inimigo absoluto.

Um Parque Nacional é resultado de uma experiência cultural, social e histórica

É o “ambientalismo do inimigo”. O homem, nunca poderá conviver com a fauna e a flora, o seu “instinto é predatório”. Por isso, o fracassado modelo é baseado na fiscalização e na punição. Consequência do “ambientalismo do inimigo”: destruição continua do parque e afastamento de atores preservacionistas por excelência.

A nossa visão, o ambientalismo do século 21, é ambientalismo da acolhida e da união de todos os atores ambientais. No referido modelo, por exemplo, a estrada ecológica, que possui bases históricas e culturais, deve ser um foco de preservação ambiental. Hoje, pela visão do “inimigo ambiental”, tudo deve ser desprezado e atacado, especialmente, as relações da população local com o parque.

O referido modelo fracassou em todo mundo. É impossível preservar um parque com arma, polícia e poucos funcionários ambientais. É preciso entender que um Parque Nacional é resultado de uma experiência cultural, social e histórica.

Assim, numa visão de preservação integral e perpétua, a estrada de pouco mais de 17 quilômetros será um eixo de preservação ambiental. Por óbvio, a nossa tecnologia determinará condicionantes ambientais, como exemplo: fluxo de carros de pequeno porte e de turismo; horário diurno – interdição noturna; proibição de transporte de cargas vivas, muito pesadas, químicas, toxicas ou perigosas; controle de velocidade; sinalização adequada; largura apropriada somente ao trânsito permitido; pavimentação com técnicas modernas que não atrapalhe a permeabilidade do solo.

Leia também: Balanças e gangorras ambientais (artigo de Marlos Hardt, doutor em Gestão Urbana e professor da PUCPR)

Além disso, guaritas, pórticos e mirantes serão usados para aprofundar o conhecimento ambiental. O caminho ecológico é caminho de vida. Portanto, deve ser integrado com o caminho existente em Foz do Iguaçu e com estradas e parques argentinos. Tudo numa visão de integração e de acolhida das populações locais.

Afastar a população brasileira e, inclusive, as Forças Armadas Brasileiras do Parque Nacional do Iguaçu é um erro ambiental, um erro estratégico e um erro humano. O meio ambiente é uma casa comum, uma casa de todos, e uma casa feliz acolhe a todos. Como ensina o Papa Francisco: “O urgente desafio de proteger a nossa casa comum inclui a preocupação de unir toda a família humana na busca de um desenvolvimento sustentável e integral, pois sabemos que as coisas podem mudar.”

A estrada-parque Caminho do Colono é uma estrada ecológica, é uma estrada de comunidade, é estrada de acolhida para preservar o meio ambiente na sua integralidade.

Luís Fernando Favretto Luersen é vice-presidente da Associação Comercial e Empresarial de Capanema (ACEC) e integrante do Movimento pela Reabertura da Estrada Ecológica - Estrada Parque Caminho do Colono.

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