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O impeachment, num Estado Democrático de Direito, foi criado para que um presidente não abuse de seu mandato. Ainda como prenúncio, o processo tem peso para fazer o governo reavaliar a maneira como tem exercido o poder que lhe foi concedido pela população. No cenário atual, as exigências para que o impeachment ocorra estão sendo respeitadas, com o devido espaço ao contraditório e à ampla defesa.

Portanto, o que está em trâmite não é um golpe. É um processo legal, baseado em provas, e não a serviço de ideologias. O que temos, de fato, é uma população protagonizando um novo momento histórico, em que cada brasileiro reflete profundamente a respeito do direito de escolher quem deve gerir o seu país e também de reivindicar a saída do eleito que não atuar submisso à lei. É como se mais pessoas estivessem abandonando a visão de que votar nada mais é do que uma obrigação, para assimilar a verdade de que é esse um importante, e poderoso, direito. E mais: de que a democracia não é algo estático, inerte, em que o cidadão é solicitado a participar apenas de quatro em quatro anos.

Eleitores devem se unir para exercer pressão

Dilma e Temer estão cercando os congressistas, munidos de cargos, dinheiro e outras benesses. Mas o que os cidadãos precisam compreender agora é a extensão do poder que têm nas mãos. O conjunto de votos que forma a base de um parlamentar está acima de qualquer articulação, de qualquer conchavo político que grupos partidários possam manipular em um momento de crise como este em que o país se encontra. É o que vai falar mais alto na tomada de decisão de um deputado ou senador. Por isso, eleitores devem se unir para exercer pressão. Assim, os chamados “representantes do povo” farão o que é melhor para aqueles a quem servem e não para a sobrevivência de suas carreiras. Porque o desejo da população manifestado nas urnas é mais valioso para comprar um congressista do que os cargos que Dilma e Temer podem oferecer.

No horizonte dos brasileiros, há uma nação que se reergueu. E a concretização desse cenário depende não só da pressão popular, mas do Poder Judiciário, analisando cada processo com celeridade. Só assim voltaremos a viver em um país que recuperou a confiança do mercado financeiro, do setor produtivo, de outros países e, principalmente, do seu povo tão heroico.

Guido Bresolin Junior é presidente da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Paraná (Faciap).
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