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As tecnologias digitais da informação revolucionaram (e continuam revolucionando) as profissões da comunicação. Ainda que exista uma base teórico-reflexiva que permaneça estável e indispensável, há nova prática e novo saber profissional que, assim como as transformações tecnológicas, mudam continuamente e trazem desafios complexos para a universidade e para o ensino. Dois desses desafios: como acompanhar e ensinar um conteúdo que é necessariamente efêmero? Como construir estratégias pedagógicas para que o currículo não fique desalinhado das necessidades da sociedade e da profissão?

Ainda não há consenso e respostas claras para as perguntas – como sempre acontece em assuntos multifacetados e complexos como a educação –, e os caminhos possíveis apontam para muitas direções. Mas talvez um dos rumos em que se deve prestar atenção é justamente aquele que trouxe os resultados mais expressivos quando o assunto é inovação e tecnologia: as universidades norte-americanas.

Quando avaliamos algumas das universidades norte-americanas responsáveis pela vanguarda da tecnologia digital – a Universidade de Stanford e o Massachusetts Institute of Technology (MIT), por exemplo –, é possível observar novos olhares para a educação e novas formas de atuação no ensino superior. Joi Ito, diretor de um dos mais prestigiados centros de pesquisa do MIT, o Media Lab, defende que tradicionalmente a escola ensina a resposta certa e não prepara o aluno para a resposta nova. E, como é notável, vivemos em uma sociedade na qual, em todas as áreas, há demanda por respostas novas.

Há mais: no MIT, quando se trata de resposta nova, a universidade não tem preconceito com pessoas inventivas e criativas – mesmo sem a titulação tradicional do ensino superior. O próprio Ito, diferentemente do perfil que seria aprovado no Brasil ou na Europa, não tem doutorado; no entanto, foi responsável pela montagem do primeiro provedor de internet do Japão e está no conselho de empresas e órgãos tão distintos quanto o Creative Commons, a Sony e o The New York Times. Essa postura de buscar parcerias com pesquisadores independentes, com as empresas e com a sociedade – algo tão difícil e raro no Brasil – é quase regra nas universidades norte-americanas.

Outra diferença é o incentivo à pesquisa aplicada. A linha brasileira, herdeira da tradição europeia, privilegia a pesquisa crítico-reflexiva – fundamental para o nosso tempo, mas insuficiente para competir na vanguarda tecnológica. Na Universidade de Stanford, é possível que uma tese de doutorado seja sobre um novo buscador na Internet — modo como dois doutorandos brilhantes, Larry Page e Sergei Brin, ambos filhos de professores universitários, inventaram o Google. Em contraste, é difícil imaginar, nos cursos de Comunicação do Brasil, uma pesquisa de doutorado que tenha como objetivo um produto ou uma aplicação, e não uma reflexão.

Com o espírito de que é impossível para a universidade, sozinha, acompanhar as transformações das tecnologias digitais, bem como é importante não ignorar o saber aplicado, a Universidade Positivo firmou parceria com duas das mais respeitadas empresas de comunicação digital do país: a i-Cherry e a Mutato, ambas do grupo WPP, o maior de publicidade e relações públicas do mundo, para lançar em São Paulo uma especialização em Marketing Disruptivo e Plataformas Digitais, de forma inédita no país. No corpo docente não estão somente professores de universidade, mas profissionais de mercado que, diariamente, inventam novos modelos de comunicação. Esse tipo de parceria é fundamental para a evolução do ensino superior no Brasil e deve servir de exemplo para outras instituições.

André Tezza
é coordenador da pós-graduação em Marketing Disruptivo e Plataformas Digitais da Universidade Positivo
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